Caso Marcelo Leite: Justiça torna réu PM envolvido em abordagem que vitimou empresário

Publicado em 11/05/2023, às 15h10
Foto: Reprodução
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Por Theo Chaves

A Justiça de Alagoas tornou réu o policial militar Gustavo Angelino Ventura, um dos seis PMs envolvidos na abordagem policial que resultou na morte do empresário Marcelo Leite, em 14 de novembro de 2022, em Arapiraca, no Agreste de Alagoas. A decisão é do juiz Alfredo do Santos Mesquita, da 5ª Vara de Arapiraca.

Gustavo Angelino, que também conhecido como "Cabo Ventura", foi denunciado pelo Ministério Público de Alagoas último dia 25 de março, pelo crime de fraude processual. Na denúncia, o MP-AL cita que Ventura teria dificultado o trabalho dos peritos e juízes responsáveis pelo caso. 

Ainda segundo a denúncia, o policial teria dificultado o acesso às informações resultantes do posicionamento e de eventuais vestígios próximos ao automóvel, o que teria caracterizado uma conduta de dolo em alterar o estado de coisas em locais do crime.

Além de Gustavo Angelino Ventura, o MP-AL também denunciou os policiais militares do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM) Jilfran Santos Batista (homicídio), Ariel Oliveira Santos Neto (fraude processual) e Xavier Silva de Moraes (denunciação caluniosa). Os três PMs também se tornaram réus pelos crimes acima citados. 

A reportagem do TNH1 entrou em contato com a defesa do PM, e aguarda um posicionamento para acrescentar na matéria.

PM também responde por abordagem e morte de adolescente - O policial do o 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM) Gustavo Angelino Ventura também participou de uma abordagem policial que terminou com um menor de 17 anos morto

A abordagem ao jovem Danilo Fernando da Silva, de 17 anos, aconteceu no dia 25 de novembro de 2021, perto do campus da Ufal de Arapiraca. O militar e outros três PMs, que participaram da abordagem ao adolescente, foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Alagoas, em dezembro de 2022, pelos crimes de lesão corporal seguida de morte e fraude processual. O caso está sobre segredo de justiça. 

Levantamentos do Ministério Público apontaram que o policial e seus companheiros, lotados no 3° Batalhão da Polícia Militar, faziam um patrulhamento nas imediações da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Arapiraca, quando visualizaram o adolescente, que conduzia uma motocicleta e teria desviado da rota onde estavam os policiais. No relato, os PMs dizem que, por entenderem que aquela conduta colocava a vítima como suspeita, a viatura se aproximou do menor e teria impedido que ele retornasse. Ainda de acordo com o relato, como a rua não tinha saída, Danilo tentou manobrar a motocicleta para tentar sair do local, ocasião em que ele teria sido atingido por um projétil disparado de dentro da viatura.

Segundo as investigações, o adolescente, que trabalhava como menor aprendiz em uma rede de supermercados e não possuía habilitação, foi atingido por um tiro na região lombar esquerda. Os policiais militares alegaram que a vítima estava armada e que efetuou dois disparos de arma de fogo contra a guarnição policial. Mas a versão foi contestada pelo Ministério Público de Alagoas.

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