Caso Joana Mendes: cunhada diz que acusado era "violento verbal e fisicamente"

Publicado em 19/06/2017, às 16h57

Por Redação

Durante a audiência de instrução do caso do assassinato de Joana Mendes, morta supostamente pelo ex-marido, Arnóbio Henrique, em outubro de 2016, a irmã da vítima, Julia de Oliveira Mendes, afirmou que o acusado tinha um histórico de comportamento violento.

“Era violento verbal e fisicamente. Existem provas nos autos de episódios de violência contra a mulher. Ele a botou pra fora da própria casa com o filho no colo. A expulsou da casa que ela mantinha. Foram vários episódios”, relatou.

A irmã da vítima também contou que esteve com Joana um dia antes do crime. “Ela jantou comigo para falar sobre a situação da pensão do filho. Dei todo o apoio e ela saiu de lá bem, parecia aliviada”, afirmou.

Já durante os depoimentos, Pedro Cavalcante, irmão de Arnóbio, afirmou que o casal havia brigado no dia do assassinato. “Ele me procurou no dia e disse que houve uma briga feia entre o casal dentro do carro. Ele me contou quando nos encontramos na residência na Barra de São Miguel. Ele estava atordoado e não lembrava de quase nada. Não esperava que chegasse a esse ponto”, contou.

Contradições

Ainda durante sua fala, o irmão de Arnóbio chegou a se contradizer e falar que levou o irmão até a casa na Barra de São Miguel.

Damiana Gouveia, que trabalhava na casa da família do acusado, também prestou depoimento. “Ele chegou no final da tarde, dizendo que tinha sido assaltado, estava sangrando. Encontrei a faca na garagem melada de sangue quando fui limpar. A mãe levou ele para o hospital. Depois não sei pra onde ele foi. Eu disse para a avó dele que tinha encontrado a faca. Logo depois, entreguei a faca ao policial quando ele esteve lá”, disse.

Defesa

O advogado de defesa, Raimundo Palmeira, reforçou que Arnóbio estava muito nervoso e não se lembra de detalhes do ocorrido. “Ele alega não lembrar muito bem dos detalhes. Disse que não foi lesionando [a esposa] que machucou a mão. Estamos investigando várias linhas. A defesa não tem uma linha assumida”, afirmou.

A defesa também pediu requerimento para que o depoimento do acusado seja feito através de vídeo conferência. “O estado de saúde do acusado é delicado. Ele tem um hipertireoidismo altíssimo. Ele saiu seriamente lesionado também. Está correndo o risco de perder os dedos, inclusive. A condução com os demais presos até o Fórum e a volta para lá, implica em um sofrimento físico muito grande. Foi por isso que eu pedi a liberação. Evita mais esse suplicio físico do transporte para o estado debilitado de saúde que ele se encontra”, justificou.

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