Caso Backer: Polícia Civil indicia 11 por lesão corporal, homicídio e intoxicação

Publicado em 09/06/2020, às 11h45
Foto: Reprodução
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Por Estado de Minas

A Polícia Civil indiciou 11 pessoas por lesão corporal, homicídio e intoxicação no caso de contaminação das cervejas da marca mineira Backer. A coletiva de imprensa sobre a conclusão do inquérito é realizada no auditório do Departamento de Trânsito (Detran), localizado na Avenida João Pinheiro, no Bairro Boa Viagem, Centro-Sul de Belo Horizonte. A Polícia Civil constatou que um vazamento em um tanque provocou a  contaminação das cervejas pela substância tóxica usada no resfriamento.  Assista à transmissão da coletiva pela Polícia Civil.

A divulgação dos detalhes sobre a investigação, conduzida pela 4ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro, está por conta do delegado Flávio Rossi, que está à frente dos trabalhos, e do superintendente de polícia técnico-científica, médico-legista Thales Bittencourt.

Segundo a polícia, o inquérito tem 4 mil páginas e 70 pessoas foram ouvidas durante as investigações, entre vítimas, parentes e pessoas ligadas à empresa. Os documentos incluem ao menos 42 pessoas intoxicadas por dietilenoglicol, a substância encontrada em lotes da Backer, sendo que nove delas morreram. Ainda que a incidência maior tenha sido a partir de dezembro de 2019, foram investigados casos de meados de 2018 ao início de 2020.

Sabotagem, erro de procedimento na fábrica ou contaminação dolosa eram as três linhas nas quais a polícia se debruçava para desvendar a presença de substâncias tóxicas em lotes das cervejas da empresa mineira.  

Mais de 60 pessoas foram ouvidas, entre as próprias vítimas, parentes delas e gente ligada à cervejaria Backer. A instituição de segurança pública fez perícias na fábrica da marca, inclusive nos tanques de fermentação da bebida. 

Relembre

Os primeiros casos da até então chamada "doença misteriosa do Buritis" se espalharam pelo WhatsApp ainda no início de janeiro, pouco depois das festas de Natal e réveillon, quando é grande o consumo de cervejas. 

Em 13 de janeiro, a Polícia Civil informou que identificou as substâncias tóxicas monoetilenoglicol e dietilenoglicol na linha de produção da cervejaria, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os laudos também acusam os dois agentes químicos em garrafas recolhidas na fábrica e em casas de pacientes com sintomas da intoxicação.

O consumo foi ligado à síndrome nefroneural, doença manifestada nas pessoas que consumiram a cerveja. Posteriormente, a substância foi identificada em mais lotes. As cervejas chegaram a ser recolhidas e a fabricação foi suspensa.


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