Carro de brasileiro desaparecido desde o Ano-Novo em Roma é encontrado

Publicado em 17/01/2025, às 13h37
Alphaville Pedrosa de Melo, 31, que está desaparecido em Roma desde a tarde do dia 31 de dezembro - Arquivo pessoal
Alphaville Pedrosa de Melo, 31, que está desaparecido em Roma desde a tarde do dia 31 de dezembro - Arquivo pessoal

Por Michele Oliveira / Folhapress

Foi encontrado o carro utilizado pelo brasileiro Alphaville Pedrosa de Melo, 31, que está desaparecido em Roma, desde a véspera do Ano-Novo. O automóvel estava em um parque na área de Marcigliana, nordeste da zona metropolitana da capital italiana. Ainda não há informações sobre o paradeiro dele.

Dentro foram encontrados chaves, documentos, dinheiro, mala e roupas que seriam de Melo. Nas proximidades do veículos foram localizados casaco e sapatos. Os objetos foram reconhecidos pela mãe Letícia Maria Schneider, 50, que mora em Portugal e, desde o dia 5, acompanha as buscas em Roma.

"Confirmo que tudo o que está no carro é do meu filho. É desesperador, porque ainda não encontro a resposta para o que aconteceu. Não sabemos por que ele veio até aqui, penso que estava com muito medo. Penso que alguém sabia que ele estava aqui. Ele corria de alguém", disse a mãe nesta sexta (17) ao programa de TV "Storie Italiane".

"Tenho esperança de encontrá-lo com vida e que ele explique o que aconteceu. Não quero um corpo, quero meu filho", afirmou durante a transmissão ao vivo do canal RAI 1, o mais importante da emissora estatal.

Melo está desaparecido desde a tarde do dia 31 de dezembro. O último contato com a mãe foi um telefonema em que dizia ter ficado sem bateria no carro em um lugar ermo de Roma.

"Falei para ele deixar o carro lá, para pegar um táxi, chamar algum amigo", disse Schneider à Folha na terça (14).

O carro foi localizado na noite de quarta-feira (15) durante investigação da polícia italiana, que rastreou os dados do número de telefone de Melo e identificou a última antena acessada pelo celular dele. Com isso, chegaram ao parque da Marcigliana. A área, distante cerca de 10 km do centro de Roma, faz parte de uma reserva natural, com 4.000 hectares de bosques, ruínas medievais e animais como javalis e raposas.

Desde então, atuam nas buscas policiais locais, militares, investigadores, bombeiros e a política científica. Perto do carro, cães farejadores ajudaram a encontrar o casaco e os sapatos de Melo.

Morador desde novembro da capital italiana, ele viveu em Portugal até setembro, quando se mudou para Suíça, onde cresceu. Um mês depois, foi para a Itália, convidado por um suposto amigo, que havia lhe contado de uma oferta de emprego. Melo estaria trabalhando em uma transportadora em Roma, cujo nome não se sabe.

Segundo a mãe, que trabalha como vendedora na região do Algarve, em Portugal, Melo alugava um quarto na casa de uma mulher no bairro de Boccea, no noroeste da capital.

"Ela disse que até o dia 30, quando ele estava ali havia um mês, que era uma pessoa tranquila, educada. Mas que no dia 31, as ações do meu filho estavam estranhas, e ele estava muito assustado. Pegou tudo o que era dele, jogou dentro do carro e saiu rápido, como se estivesse fugindo de alguma situação", afirmou Schneider.

Em conversas, a mãe teria ouvido que o suposto amigo do filho, aquele que o havia convidado a ir para Roma, estaria envolvido com consumo e venda de drogas.

Uma semana antes do sumiço, Schneider afirma ter recebido uma mensagem de áudio de Melo, em que dizia que, caso acontecesse algo com ele, era para ela seguir em frente. "Ele disse 'mãe, eu amo a senhora, a senhora é a melhor mãe do mundo, eu queria ser o seu orgulho, mas eu não fui, me perdoe'. Ali eu entrei em desespero", contou. Recentemente ele se divorciou de uma mulher em Portugal, com quem ficou casado por dois anos.

O caso está sendo acompanhado pelo Itamaraty, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Roma, que presta apoio às autoridades italianas na investigação.

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