As cidades de Salvador, Recife e Olinda, com tradição no Carnaval, ainda tratam como incerta a saída de trios elétricos e de blocos pelas ruas devido à pandemia de Covid-19. Entre os principais Carnavais da Bahia, o único confirmado é o de Porto Seguro. A prefeitura ratificou ainda em setembro a realização da festa em 2022, mas adotou medidas para descentralizá-la.
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Uma das medidas anunciadas foi a criação de um segundo circuito para a festa com o objetivo de reduzir o público na Passarela do Álcool, onde desfilam os blocos mais tradicionais da cidade. O novo circuito, com 3,2 quilômetros, será na orla de Porto Seguro.
A realização da festa, contudo, ainda depende do aval do governo do estado, responsável pelos serviços de saúde e segurança no Carnaval. O decreto da pandemia em vigor autoriza festas para no máximo 3.000 pessoas. Em Salvador, ainda não há confirmação da festa. O Conselho do Carnaval, que reúne entidades e empresários do setor, pressiona pela manutenção da festa em fevereiro do próximo ano.
O governador Rui Costa (PT) disse que ainda não há uma definição sobre a festa e criticou, na semana passada, a pressão dos empresários. "Eu também quero fazer Carnaval, mas só vou fazer se eu não tiver que encarar depois milhares de pessoas morrendo de Covid. Eu não quero botar a cabeça no meu travesseiro e imaginar que parte daquelas mortes foi por conta da minha decisão de permitir Carnaval", afirmou.
Entre as principais cidades da Bahia, ainda não há nenhum Carnaval oficialmente cancelado. No Recife e em Olinda, a realização do Carnaval está incerta em 2022. A prefeitura da capital pernambucana informou, por meio de nota, que a decisão sobre a folia ficará a cargo das autoridades sanitárias por causa da pandemia de Covid-19.
"O Recife entende que apenas com a superação da pandemia será possível assegurar o evento, com as características deste ciclo cultural da capital pernambucana", diz a gestão municipal. A Prefeitura de Olinda, cidade da região metropolitana do Recife, decidiu que seguirá recomendações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde de Pernambuco sobre promover ou não festas carnavalescas.
A administração do município relacionou a possível realização da festa ao andamento da vacinação de crianças, ainda não iniciada no Brasil para o público de 5 a 11 anos, e ao comportamento de novas variantes do coronavírus. Apesar de transferirem a responsabilidade da liberação das festas para as autoridades sanitárias, as prefeituras do Recife e de Olinda começaram a se preparar para o Carnaval. Na capital, desde de setembro, um comitê da gestão articula a estrutura e montagem da programação caso a festa seja liberada. Em Olinda, os trâmites oficiais estão sendo encaminhados, segundo a administração da cidade.
Na sexta-feira (19), o prefeito do Recife, João Campos (PSB), esteve no Rio de Janeiro e propôs ao prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), a criação de um comitê entre as cidades que realizam grandes Carnavais no Brasil. Além das duas cidades, a ideia de João Campos é incluir São Paulo, Salvador e Belo Horizonte. Segundo a Prefeitura do Recife, o objetivo do eventual colegiado é fazer "ações de monitoramento e formulação de políticas de saúde que cumpram recomendações sanitárias" para o Carnaval. Olinda não foi citada para fazer parte do grupo.
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