Capitão Rodrigues: "Não se sustenta a tese de legítima defesa”, diz acusação

Publicado em 04/12/2017, às 12h55

Por Redação

O júri popular que julga o réu Agnaldo Lopes de Vasconcelos, acusado de matar o capitão da Polícia Militar Rodrigo Moreira Rodrigues, em 9 de março de 2016, teve início na manhã desta segunda-feira (04), no salão do 3º Tribunal do Júri, no fórum do Barro Duro, em Maceió.

Representante do Ministério Público Estadual (MPE/AL), o promotor de justiça José Antônio Malta Marques, que faz o papel da acusação, acredita que não deve ser sustentada a tese de legítima defesa do acusado.

“Eu diria que são muitas as provas para a condenação, mas a defesa tenta pontuar uma única coisa, que é alegar que o Agnaldo não sabia que era uma abordagem policial. Porém, ele havia confessado, em juízo, que verbalizou com o capitão, então sabia que era polícia. Também há a versão dada por quatro testemunhas de que o vizinho também teria alertado que era uma abordagem da polícia. Mas o Agnaldo não atendeu. Então não se sustenta a tese de legítima defesa”, pontuou.

O juiz Anderson Passos, que está presidindo o julgamento, acredita que a sessão deve ser concluída ainda nesta segunda-feira. Agnaldo responde pelas acusações de ter praticado o delito de homicídio, na sua forma qualificada, e também por porte ilegal de munição de uso restrito.

“Nós esperamos que tudo corra da melhor forma. A expectativa é que hoje ainda possamos concluir este julgamento. Além do réu, cinco testemunhas serão ouvidas. A resolução vai depender do entendimento do tribunal de júri, que pode condenar o réu pelas duas acusações, por uma ou absolvê-lo”, relatou.

Já Genilda Moreira Rodrigues, mãe da vítima, compareceu na sessão e declarou que torce pela condenação do acusado. “Eu espero a condenação do réu, pois o esclarecimento não quero mais, eu espero justiça. Sei que ele não vai voltar, mas o réu sendo condenado já resolve tudo”, disse.

Defesa

O advogado de defesa, Joanísio Omena Júnior, segue com o argumento de que Agnaldo teria agido por legítima defesa, visto que não acreditava que um policial estivesse em sua residência naquele horário.

"A gravação do 190 é fantástica, porque acontece no momento da ação. Quando Agnaldo pede a sua esposa que ligue para a polícia, ela no desespero, liga para mãe que está duas casas depois. Isso está registrado nos autos. E ela informa que é um ladrão, essa era a consciência que se tinha. Jamais se acreditou que era polícia", disse.

O irmão do acusado, Pedro Vasconcelos, confia que o júri favoreça Agnaldo pela fatalidade que aconteceu. Ele destacou que os policiais chegaram com o giroflex e a sirene desligados, e por isso, não apresentou uma condição que fizesse seu irmão entender que era uma abordagem policial.

"Quando o policial chegou na porta, se anunciou como segurança do condomínio, mas lá não havia segurança. Além disso, não ofereceu nenhuma condição que comprovasse, que de fato, era um policial. Ele nunca iria imaginar que a polícia estivesse mentindo", relatou.

“Nossa família está toda despedaçada. Hoje, a nossa mãe sofre de Alzheimer, pois tudo o que aconteceu a deixou desnorteada. Nós nunca tivemos inimigos ou problemas com a polícia, e também sentimos pelo policial que tombou”, concluiu Pedro Vasconcelos.

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