Após a anulação do resultado do vestibular da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), um grupo de candidatos deve entrar com ação na Justiça por danos materiais e morais contra a empresa que organizou o certame.
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“Vamos aguardar a lista para ver a situação de cada candidato e ter a dimensão do dano de cada um” disse o advogado Wlademir Almeida, que representa os candidatos.
“Nós havíamos entrado com mandado de segurança na Justiça para anular as inscrições, mas como já houve a anulação, o mandado de segurança perdeu o objeto da ação. Então entramos com uma representação no MPE”, explicou o advogado.
O objetivo, segundo Wlademir, é para que haja mais transparência e para que se evite mais injustiças. “Queremos que o Ministério Público possa apurar e acompanhar o caso mais de perto”, disse ele. Outra solicitação é a de que os espelhos das provas sejam divulgados para que os candidatos possam comparar os resultados.
Wlademir Almeida é um dos advogados que estiveram reunidos com cerca de 30 alunos, no último domingo, dois após a divulgação do resultado.
O encontro foi inciativa do professor Walder Nunes, proprietário de um cursinho de matérias isoladas. Ele estava no dia da divulgação do resultado do vestibular, na última sexta-feira, e ficou surpreso com a lista dos aprovados que foi divulgada às 20h45, com mais de quatro horas de atraso.
“Nós já temos uma certa experiência, e com os recursos de internet, whatsapp, comparando as notas, vendo o gabarito, nós já sabemos mais ou menos quantos alunos têm grande probabilidade de aprovação”, disse Walder, em entrevista por telefone ao TNH1. Segundo ele, pelo menos dez alunos que se prepararam em seu cursinho tinham aprovação praticamente certa.
“Mas quando saiu o listão, nenhum desses alunos passou. Eu fiquei desconfiado. Foram alunos que fizeram 112, 105, 104, 99, de 120 questões possíveis e não passaram. E fiquei sabendo na hora do trote que um aluno fez 75 e passou, o que é matematicamente impossível”, disse o professor, ao citar a aluna identificada como Ananda, que acertou 112 questões das 20 possíveis e não teve o nome incluído na primeira lista.
Walder Nunes conta que, mesmo correndo o risco de ser mal interpretado, decidiu reunir os alunos, não só do seu cursinho, para tomar as providências. “O meu lema é ‘o certo é certo’. Nós como educadores temos que cobrar o que é correto. Reunimos 30 alunos que haviam feito mais de 95 pontos. Dei a cara para bater, convoquei os advogados e eles foram à Justiça”, afirma Walder.
Para ele, o listão de aprovados que deve ser divulgado nesta quinta-feira será diferente. "Na minha opinião, após a empresa reconhecer a falha no sistema, acredito que essa nova lista de aprovados virá cem por cento modificada"
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