Tristeza e decepção são os sentimentos da estudante Beatriz de Macedo, de 16 anos, nessa terça-feira, 29, após a frustração de não conseguir ir à Colômbia, onde apresentaria com mais duas colegas o resultado de uma pesquisa que resultou em uma pomada medicinal que acelera a cicatrização de ferimentos em diabéticos. Um problema burocrático na Secretaria de Estado da Educação (Seduc) impediu a viagem.
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A jovem Beatriz de Macedo, juntamente com Vanessa Lima e Maria Karollynne Lopes, ambas de 17 anos, são estudantes da Escola Estadual de Tempo Integral Professora Izaura Antônia de Lisboa (Epial), localizada na cidade de Arapiraca, Agreste alagoano.
A pesquisa fez com que as estudantes recebessem um convite para participar do Encuentro Internacional Colombiano sobre Ciencia, Innovación y Espíritu Empresarial - evento científico realizado nesta semana na cidade colombiana de Valledupar.
As pesquisadoras são de origem humilde e não poderiam arcar com todas as despesas da viagem. Por isso, as jovens organizaram rifas e conseguiram patrocínios para arcarem com os gastos referentes à estadia e à alimentação no país vizinho. No entanto, faltava o apoio para as passagens aéreas.
Em contato com o TNH1, Beatriz de Macedo disse que no dia 31 de maio, deste ano, as alunas, através da diretoria da escola pública em que estudam, enviaram um processo administrativo à Secretaria de Estado da Educação (Seduc), solicitando que o Estado comprasse as passagens.
Ainda de acordo com Beatriz, no processo constava o prazo para a aquisição das passagens, para até às 13h, desta terça-feira, dia 29. Mesmo horário que estava marcado o voo.
Ao chegar na sede da Secretaria de Educação, "de mala e cuia", e com o orgulho explícito no rosto de quem iria representar Alagoas em um evento internacional, as estudantes receberam a notícia de que o documento não foi assinado a tempo.
“É muito triste. Só há nós e mais dois grupos que vão representar o Brasil. E somos as únicas do nordeste. Chegamos na Secretaria crendo que iríamos viajar ainda hoje, mas infelizmente não foi possível, e voltamos para Arapiraca”, lamentou a estudante Beatriz de Macedo.
SECRETARIA SE PRONUNCIOU
A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Educação respondeu em nota, informando que realmente foi aberto o processo para custear as passagens, mas como se trata de viagem internacional, a tramitação não ocorreu em tempo hábil.
A secretaria afirmou ainda que a vinda das estudantes para Maceió não estava autorizada pela Seduc, pois o órgão jamais iria expor estudantes a tal situação.
E salientou dizendo que a secretaria, só em 2017, apoiou diversos estudantes para participar de eventos fora de Alagoas, como a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), em São Paulo, e a Expoceti, em Pernambuco.
Confira a nota na íntegra:
A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) relata que abriu o processo para custear as passagens, no entanto, como se trata de viagem internacional, a tramitação não ocorreu em tempo hábil. A professora responsável, que já viajou com diversos projetos para outros estados e para fora do país, estava ciente e conhece a tramitação. A vinda das estudantes para Maceió não estava autorizada pela Seduc, que jamais iria expor estudantes a tal situação.
A secretaria salienta ainda que só em 2017, seis equipes foram enviadas à Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), em São Paulo, com todas as despesas custeadas pelo órgão. Bem como para a Expoceti, em Pernambuco. Inclusive, as estudantes que iriam para a Colômbia já haviam apresentado os trabalhos nestas feiras.
Vale ressaltar que diante da crise que assola o país, a Seduc ainda está conseguindo realizar muitas ações, graças ao planejamento financeiro. Como, por exemplo, promover o II Encontro Estudantil, com mais de 1.800 estudantes que participaram da feira de ciências, da mostra de robótica e de apresentações artísticas.
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