Bronquite e bronquiolite: qual a diferença e como identificar cada doença?

Publicado em 03/01/2025, às 09h53
Foto: Reprodução/Freepik
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Por Revista Crescer

Tosse, febre e cansaço para respirar. Essa combinação de sintomas tira o sono de qualquer mãe ou pai. Nessas situações, é comum surgir a dúvida se a criança está enfrentando um quadro de bronquite ou de bronquiolite. As duas condições afetam as vias respiratórias inferiores, mas, embora tenham nomes parecidos, suas características são diferentes.

A bronquite é uma inflamação nos brônquios, enquanto a bronquiolite é causada devido a uma infecção nas pequenas vias aéreas dos pulmões, chamadas de bronquíolos. Para compreender como essas doenças atuam, é importante retomar como funciona o aparelho respiratório.

O que são brônquios e bronquíolos?

A traqueia e o pulmão estão conectados por estruturas tubulares flexíveis e elásticas conhecidas como brônquios, que desempenham a função de conduzir o ar até os pulmões. A traqueia se ramifica em dois brônquios primários: um para o pulmão direito e outro para o pulmão esquerdo.

Os brônquios primários se ramificam em estruturas menores conhecidas como brônquios lobares. Esses, por sua vez, continuam se dividindo em ramificações ainda menores conhecidas como brônquios de terceira ordem. Das extremidades dos brônquios de terceira ordem surgem os bronquíolos — pequenos tubos com menos de 1 mm de diâmetro. Suas paredes são formadas por fibras musculares lisas. A principal função dos bronquíolos é conduzir o ar até os alvéolos pulmonares, onde ocorre a troca gasosa.

Diferenças entre bronquite e bronquiolite

Bronquiolite: infecção nas pequenas vias aéreas dos pulmões (bronquíolos). Pode ser causada por vários tipos de vírus, sendo o mais comum o vírus sincicial respiratório (VSR), que afeta geralmente crianças menores de 2 anos, principalmente nos meses de outono e inverno. No entanto, outros vírus, como o rinovírus, adenovírus, metapneumovírus, influenza, parainfluenza e o SARS-CoV-2 (vírus da covid) também podem levar a esse tipo de quadro.

Esses vírus são transmitidos pelas gotículas expelidas quando uma pessoa resfriada fala, espirra ou tosse. Por isso, é essencial evitar vistas às crianças pequenas, principalmente recém-nascidos, caso haja a suspeita de resfriado.

Bronquite: uma inflamação nos brônquios, tubos que levam ar para os pulmões. Existem dois tipos de bronquite: a aguda e a crônica. Geralmente, a bronquite aguda se desenvolve após uma infecção respiratória viral, contato com alérgenos, como ácaros ou polens, ou inalação de ar frio, podendo durar entre 7 e 10 dias. Crianças maiores e adolescentes estão mais suscetíveis à doença.

Já a bronquite crônica pode ocorrer em adolescentes que fumam ou são expostos a ambientes com alta concentração de poluentes. É uma inflamação persistente que pode durar meses e causar danos às vias aéreas. Além disso, é importante diferenciar essas doenças da asma, que é uma doença inflamatória das vias aéreas inferiores, caracterizada por inflamação e espasmo da musculatura dos brônquios, ou seja, broncoespasmo, causando estreitamento dessas vias aéreas.

Sintomas

A bronquite e a bronquiolite têm sintomas semelhantes e podem, muitas vezes, ser confundidas com resfriados comuns. Os principais sinais incluem tosse, coriza, febre e cansaço para respirar. No caso da bronquite, ocorre ainda uma tosse prolongada com bastante secreção e o paciente pode apresentar febre e falta de ar.

Já nos casos de bronquiolite, o bebê começa com um quadro de resfriado, com coriza, tosse, febre e, a partir do 4º dia, tem dificuldade respiratória e para de mamar. Alguns quadros — principalmente em bebês menores de 6 meses, prematuros, com doenças cardíacas ou pulmonares — podem evoluir de forma grave, com insuficiência respiratória, levando à internação da criança.

Tratamento

Infelizmente, não há um tratamento específico para a infecção viral. Em geral, é realizado um tratamento de apoio com hidratação e, se necessário, fornecimento de suporte de oxigênio em casos mais graves. A duração da doença costuma ser de 7 a 10 dias e, na maioria das vezes, as crianças apresentam uma boa recuperação.

Para prevenir a infecção, é importante evitar contato com outra pessoa já contaminada. Além disso, é preciso reforçar os cuidados básicos de higiene e limpeza de objetos que possam estar contaminados.

No caso da bronquite, o tratamento é semelhante ao da bronquiolite, ou seja, focado em aliviar os sintomas. No entanto, se houver a suspeita de infecção bacteriana, pode ser necessário o uso de antibióticos. Já na asma, que tem como sintomas tosse acompanhada de chiado no peito, o tratamento é realizado com uma medicação para dilatar os brônquios.

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