Brasileiro vê museu como espaço monótono e elitizado, diz pesquisa

Publicado em 26/05/2019, às 16h04
Museu do Amanhã | Folhapress
Museu do Amanhã | Folhapress

Por Folhapress

Para metade dos brasileiros, museu é um espaço para ser visitado só uma vez. Esse é o resultado de uma pesquisa feita pelo instituto Oi Futuro, que produziu uma análise da percepção do público sobre museus no país.

Foram ouvidos 600 pessoas, frequentadores e não frequentadores de museus, das classes A, B e C, de todas as regiões do Brasil, durante o segundo semestre de 2018. Para 50% dos entrevistados, museus são espaços elitizados e monótonos.

A percepção é a de que museus não trazem novidade e, portanto, não mereçe ser visitado uma segunda vez. Ir ao cinema, comer fora, dar um passeio no parque ou no shopping são os favoritos na hora de escolher o que fazer no tempo livre. Apenas 4% acreditam que esses espaços devem debater temas da atualidade importantes para a cidade.

Outro aspecto é que o incentivo de visitar museus, normalmente, não começa em casa. Enquanto 13,5% dos entrevistados foram levados por um familiar, 55% fizeram sua primeira visita em excursões escolares. Essa associação entre museu e escola contribui para uma ideia de que é um local com regras rígidas, onde não se pode fazer barulho e a aprendizagem ocorre de forma passiva.

O estudo ainda analisou o perfil de um grupo de 36 pessoas frequentadoras (mais de uma visita por ano) e não frequentadoras (no máximo uma vez a cada dois anos) de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belém e Porto Alegre.

No primeiro grupo, 82% são das classes A e B e o que mais motiva a visita é o preço acessível. No segundo, 53% são da classe C e 43% são da classe B e maior incentivo é o fato de ser um lugar para toda a família.

Há cerca de 3.000 museus brasileiros registrados no Ibram (Instituto Brasileiro de Museus). Para chamar mais atenção do público, os especialistas que participaram do estudo apontam para a necessidade de os museus se reinventarem como espaços onde o público pode viver experiências e também apostarem em ciclos mais dinâmicos de exposição, inspirados na rotina dos centros culturais.

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