Assim como a saudade, “a tristeza virou pó nas ruas de Maceió”. Após dois anos sem sair na avenida, o que se viu na orla marítima de Maceió foi “uma montanha de fogo em erupção” em ritmo de frevo e de axé. Tomando emprestadas as palavras de autoria Edécio Lopes no hino “Toque de Reunir”: toda essa festa “Só pode ser o Vulcão. É com certeza o Vulcão”.
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A manhã do domingo (12) marcou o retorno do bloco mais tradicional e seguro encerrando as prévias carnavalescas da Capital alagoana: o bloco da Polícia Militar de Alagoas. Uma multidão formada por militares e civis, turistas e maceioenses de todas as idades foi embalada pelo som da Banda Vulcão, composta por músicos do Centro do Musical da PM-AL.
O trio elétrico arrastou o público partindo da Praça Multieventos, percorrendo a Orla de Pajuçara, encerrando na Ponta Verde. Em 2023, além da volta dos festejos nas ruas, a erupção celebra os 191 anos de criação da Briosa e os 87 anos do bloco. Esta edição também foi viabilizada a partir da parceria firmada com a Associação dos Militares do Estado de Alagoas (AMEAL) e apoio de empresas e instituições públicas e privadas. Veja algumas imagens:
Na abertura do evento, o comandante-geral da PM, coronel Paulo Amorim, falou: “Para nós é motivo de grande alegria e honra estar na condição de comandante-geral neste momento de confraternização para militares e sociedade civil neste primeiro carnaval após a pandemia que enfrentamos. Em nome da nossa Corporação e dos que fazem a Segurança Pública de Alagoas, desejamos um excelente Carnaval, com saúde, paz e segurança”.
O comandante-geral também comentou sobre o trabalho integrado no período momesco. “A Polícia Militar estará nos quatro cantos de Alagoas junto às demais forças de segurança e assim faremos, todos juntos, o Carnaval mais seguro dos últimos anos, garantindo a segurança do folião alagoano e do turista que recebemos”, finalizou o oficial superior.
O presidente da AMEAL, sargento José Erionaldo, também comentou sobre o evento: “A AMEAL agradece a parceria com a Polícia Militar, ao comandante-geral, coronel Paulo Amorim e ao tenente-coronel Sergio Galvão, chefe da 5ª Seção. Foi empregado um grande esforço para garantir uma estrutura como nosso público merece. Nosso objetivo é proporcionar muita folia e festa com conforto para nossos militares e foliões de modo geral, que tanto aguardavam o retorno do Bloco Vulcão”.
Militares da ativa ou inativos, famílias reunidas, cidadãos em geral seguiam o trio cantando e dançando. Por onde passava mais gente se juntava à festa acompanhando nas ruas, estabelecimentos comerciais e sacadas dos prédios.
Um grupo, porém, chamava atenção em meio à brincadeira: eram os veteranos da turma do curso de soldados do ano de 1991 e seus familiares, todos devidamente organizados e uniformizados. Entre eles estava o tenente Renildo Afonso, militar que está na Reserva Remunerada após décadas de serviço.
Quando na ativa, tenente Afonso ficou conhecido por seus mais de 20 anos dedicados à Diretoria de Finanças (DF). A união dos companheiros de turma de formação nasceu no ingresso à Corporação no início dos anos 1990, se fortaleceu ao longo das décadas no ambiente da caserna, mas também se estendeu para o Carnaval. “Estamos aqui nesse dia maravilhoso, afinal, o Bloco Vulcão não tem igual! Criamos a nossa camisa, mantivemos a essência e entramos no frevo agregando militares, familiares e amigos”, enfatizou o veterano e folião.
O percurso do trio elétrico finalizou no Marco dos Corais, mas a festa continuou no Espaço Geruza Malta – onde, a cada domingo, acontecem as edições do Programa Vem Ver a Banda Tocar, também da Polícia Militar. Outra fração da Banda da PM comandou este segundo momento, encerrando a 87ª erupção do Bloco Vulcão.
Passado e presente - O Bloco Vulcão foi fundado no ano de 1936 por Isaac Galvão Cruz, José Francelino Teixeira e outros policiais músicos da PM alagoana. Desde então, o bloco marca o encerramento das prévias carnavalescas, acompanhado do conhecido “banho de mar à fantasia”.
O retorno do bloco era muito aguardado. Durante a pandemia da Covid-19, diante do impedimento de sair à avenida, nos anos de 2021 e 2022, a PM promoveu o Carnaval em formato de lives, com muita música e diversão ao vivo, porém longe das multidões.
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