Bilionário ex-sogro de Lady Di é acusado de 'múltiplos estupros' contra staff de sua loja de luxo

Publicado em 19/09/2024, às 14h22
Foto: Reprodução
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Por O Globo

O magnata egípcio Mohamed Al-Fayed foi acusado de ter estuprado ao menos cinco mulheres que trabalhavam na Harrods, a luxuosa loja de departamentos de Londres da qual o bilionário era dono. A rede britânica BBC colheu depoimentos de mais de 20 ex-funcionárias do estabelecimento que apontaram agressões sexuais por parte do chefe, morto aos 94 anos, em setembro de 2023.

Segundo a Forbes, o chefe da Harrods tinha uma fortuna estimada em US$ 2 bilhões (R$ 10,9 bilhões, na cotação atual). Al-Fayed era pai de Dodi Al-Fayed, namorado da princesa Diana morto no mesmo acidente que vitimou a mãe dos príncipes William e Harry.

Os relatos das ex-funcionárias embasaram o documentário "Al-Fayed: Predator at Harrods(Al-Fayed: Predador na Harrods, em tradução livre). Segundo a BBC, a luxuosa loja não só não agiu para impedir os abusos sexuais, como também atuou para encobrir os casos. Os atuais donos da Harrods disseram à rede britânica estarem "completamente chocados" com as alegações e pediram desculpas ao staff.

— A teia de aranha de corrupção e abuso nesta empresa era inacreditável e muito sombria — disse à BBC o advogado Bruce Drummond, que representa várias ex-funcionárias.

Ainda de acordo com a rede britânica, os abusos relatados ocorreram em Londres, Paris, St Tropez e Abu Dhabi. Uma das mulheres disse que era adolescente quando foi violentada por Al-Fayed. O bilionário chegou a ser alvo de denúncias enquanto era vivo, mas não nessa escala.

— Mohamed Al-Fayed era um monstro, um predador sexual sem nenhuma bússola moral — afirmou uma das vítimas, segundo quem os funcionários da Harrods eram tratados como "brinquedos" do chefe.

O empresário começou a carreira nas ruas de Alexandria, no Egito, onde vendia refrigerantes. Depois, casou-se com a irmã de um milionário traficante de armas saudita, com a ajuda de quem começou a construir seu império. Ele se mudou para o Reino Unido em 1974 e assumiu a chefia da Harrods em 1985. Nas décadas seguintes, consolidou uma figura pública vista como "agradável", presente em vários programas de televisão do horário nobre, diferente da pessoa "vil" descrita pelas ex-funcionárias.

Mohamed Al-Fayed morreu quase 26 anos após a morte de Dodi e Diana em Paris, ocorrida no dia 31 de agosto de 1997. A informação foi confirmada ao veículo pela família do bilionário.

Proprietário por décadas da loja de departamentos Harrods, Al-Fayed foi também dono do clube de futebol britânico Fulham até 2013. Em nota, o clube lamentou a morte do empresário, afirmando que o clube tinha uma “dívida de gratidão com Mohamed pelo que ele fez”.

“Todos no Fulham ficamos extremamente tristes ao saber da morte do nosso antigo proprietário e presidente, Mohamed Al Fayed. Temos uma dívida de gratidão com Mohamed pelo que ele fez pelo nosso Clube, e os nossos pensamentos agora estão com a sua família e amigos neste momento sombrio”, diz a nota do clube.


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