Belo volta a grupo de pagode que causou briga milionária com Denilson

Publicado em 06/11/2023, às 09h23
Globo / CJ Toskano
Globo / CJ Toskano

Por Splash / Uol

Belo voltou a cantar com os demais integrantes do Soweto 23 anos depois de deixar o grupo, decisão que deu início a uma briga judicial entre ele e o ex-jogador de futebol Denilson, que detinha os direitos da banda — os dois chegaram a um acordo neste ano.

O Soweto, que teve diversos hits lançados na década de 1990, foi a atração principal hoje (5) do "Domingão com Huck" (Globo), em clima de nostalgia para os fãs de pagode. Ainda, o retorno de Belo ao grupo é para uma série de shows em todo o país para celebrar os 30 anos da banda.

"Eu tinha que fazer essa comemoração. O pagode hoje em dia é pautado nessa coisa dos (anos) 90, né? O 90 foi uma sensação de grupos que estouraram e trouxeram muitas músicas e eu acho que tinha que fazer essa celebração. Vamos rodar o Brasil inteiro. São 30 shows. Vamos fazer todas as capitais", declarou o artista.

Fundado em 1991, o Grupo Soweto é uma banda de pagode que nasceu em Itaquera, na zona leste de São Paulo. Claudinho de Oliveira e Robson Buiú foram os dois primeiros integrantes. Ainda ativo no mercado musical, o Soweto tem apenas um membro do formato original, Criseverton, conhecido como Cris, que chegou ao conjunto com Belo, em 1993.

Início da briga Belo x Denilson - Denilson adquiriu em 1999 os direitos do Soweto, que acumulava hits na voz de Belo. Ele seria o responsável por custear parte dos recursos da equipe e banda. Em contrapartida, o ex-jogador teria porcentagens em comercialização de shows.

Denilson teria pagado cerca de R$ 1 milhão para ter o controle do grupo, que na época estourava nas rádios do país com as músicas "Farol das Estrelas", "Mundo de Oz" e "Tempo de Aprender".

Belo deixou o grupo em 2000 para seguir carreira solo. O ex-atleta, que era o detentor dos direitos da banda, acionou a Justiça contra o artista alegando quebra de contrato (entre outros prejuízos) — a disputa judical também colocou fim na amizade dos dois.

A defesa de Belo informou à Justiça que o cantor jamais reconheceu Denilson como "dono do Soweto" e argumentou que Belo não recebeu qualquer aporte financeiro de Denilson no período do grupo.

Em 2004, o Tribunal de Justiça entendeu que Belo descumpriu acordo e deu vitória a Denilson, determinando que o cantor pagasse R$ 388 mil na época. O valor não foi quitado.

Em 2017, Belo ingressou com ação contra Denilson por danos morais. O comentarista esportivo cobrou a dívida por meio de um comentário em uma publicação nas redes sociais: "Só falta aprender a pagar quem ele deve".

O músico alegou que Denilson depreciou sua imagem publicamente e pediu R$ 500 mil. A Justiça considerou improcedente a ação, justificando que existe a comprovação do débito do outro processo.

O Tribunal determinou que Belo arcasse com os custos advocatícios de Denilson), fixados em 10% do valor da ação, totalizando R$ 50 mil.

O TJ-SP sentenciou que as principais emissoras de TV do país depositassem em juízo eventuais cachês ao músico. A decisão também foi publicada em 2017.

No ano passado, a Justiça ordenou que fosse feito um depósito judicial de pouco mais de R$ 7 milhões que iriam para Belo, oriundos de um show a ser realizado no mês de agosto, no Pacaembu, ao lado de Thiaguinho, pela dívida com Denilson.

Denilson e Belo anunciaram em agosto deste ano que chegaram a um acordo e que as tretas acabaram.

O cantor Belo e eu conversamos e, de forma amigável, chegamos a um acordo. É de suma importância ressaltar a todos que nossas divergências nunca foram pessoais, ao contrário, elas eram - e portanto não são mais - no campo jurídico. Como homens, adultos e profissionais que somos, era importante colocar fim a esse imbróglio que nos afastava há mais de 20 anos. Hoje, com alegria, damos por encerrado esse assunto. Muito obrigado a todos os envolvidos. Agora é olhar pra frente? Acabou! (Denilson)

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