“O AVC sempre é causado por algum distúrbio ou por outra doença. Temos diversos fatores de risco causadores. Os principais são hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo, sedentarismo, algumas arritmias cardíacas e outras causas, como o uso de drogas e algumas doenças hematológicas, que comprometem a produção dos componentes do sangue”, disse o neurologista.
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Matheus Pires também destacou que é possível prevenir a maioria dos fatores de risco que aumentam as chances de um AVC. Estima-se que cerca de 90% dos casos da doença poderiam ser evitados se as pessoas controlassem muitos desses fatores. "Para isso, a recomendação inicial é focar na prática de atividades físicas e em uma alimentação mais balanceada e saudável", frisou o médico.
Mnemônico SAMU - Em relação aos sinais e sintomas, o AVC costuma apresentar um quadro de alteração súbita na fala, além de perda de força e sensibilidade de um dos lados do corpo. Em casos de suspeita da doença, os profissionais recomendam usar o mnemônico SAMU (Sorriso, Abraço, Música, Urgente) para verificar se é o problema de fato.
“A gente pede para que a pessoa sorria para verificar se tem assimetria da face ou boca torta. O abraço é para saber se a pessoa tem plena capacidade motora de movimentar os braços. Além disso, deve-se pedir para que o indivíduo cante uma música, para ver se a voz tá embolada, por exemplo. Caso alguns desses sinais sejam vistos, deve-se ter urgência e procurar atendimento rápido", explicou o coordenador do Programa AVC Dá Sinais.
Assistência adequada - O profissional ainda destacou a importância de iniciativas focadas no tratamento da doença, como é o caso do Programa AVC Dá Sinais, para uma assistência adequada aos pacientes. "Pelo treinamento das equipes de forma periódica e pelo uso de protocolos de referência para se tratar essa condição, isso já muda o desfecho do paciente do ponto de vista de mortalidade e também incapacidade do indivíduo", ressaltou Matheus Pires.
O Programa AVC Dá Sinais foi criado para melhor estruturar a linha de cuidado de AVC em Alagoas e descentralizar o atendimento de referência, que era realizado só em Maceió. Atualmente, existem diversas unidades pré-hospitalares espalhadas por todo o Estado que participam da iniciativa e possuem capacidade de realizar tomografias e a terapia necessária para tentar reverter o quadro dos pacientes. A iniciativa já atendeu a mais de 3.500 pessoas no território alagoano.
Beneficiadam - Carla Patrícia, de 42 anos, é uma das pacientes internadas na Unidade de AVC do Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió. Ela conta que começou a sentir tontura, visão turva, dor de cabeça muito forte e depois passou a vomitar. Após os sinais, foi levada até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Cheguei à UPA e logo suspeitaram que era um AVC. Pediram minha transferência para o Hospital Metropolitano e fui muito bem atendida por toda a equipe médica. Estou percebendo que meu corpo está se recuperando e espero voltar para as minhas atividades em breve”, contou Carla Patrícia.
O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, afirmou que iniciativas como o programa AVC Dá Sinais ajudam a levar atendimento direcionado e adequado. “Sabemos a urgência que um caso de AVC requer e buscamos oferecer aos alagoanos o que há de melhor para que vidas sejam salvas. Esse é o nosso maior objetivo", afirmou.
Um estudo feito pela Organização Mundial do AVC apontou que o número de mortes por Acidente Vascular Cerebral no mundo pode aumentar em até 50% e chegar a 10 milhões de casos até 2050. A estimativa prevê que a quantidade de vítimas da condição vai passar dos 6,6 milhões registrados em 2020 para 9,7 milhões no ano de 2050. No Brasil, além dos óbitos, o AVC foi uma das principais causas de incapacidade, prejudicando e muito a qualidade de vida dos pacientes após o acometimento da doença.
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