A juíza Carolina Valões promove audiência pública para criação da rede de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher na Comarca de Palmeira dos Índios, onde 30% dos processos criminais tratam de crimes praticados no contexto da violência doméstica. O encontro ocorrerá na terça-feira (7), às 14h, no Cesmac do Sertão.
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“São muitos casos de ameaça, lesões corporais, tentativas de feminicídio e de feminicídios consumados, e esses números não refletem a realidade, porque na maior parte dos casos a mulher não denuncia, ou quando o faz, ela já sofreu diversas agressões naquele relacionamento”, alerta a magistrada titular da unidade.
Carolina Valões explica que muitos dos casos são praticados pelos mesmos agressores e em relação a mesma vítima, que retoma a convivência com o agressor, perpetuando o ciclo de violência, que não se rompe apenas com a intervenção do Judiciário. A audiência tem como objetivo otimizar a assistência à vítima de violência doméstica.
“O Poder Judiciário sozinho não consegue evitar a reiteração delitiva, então a audiência pública visa a trazer para a cena todos os atores que trabalham nessa rede de atendimento à mulher, e, principalmente, a mulher vítima de violência doméstica”, explica.
Roda de conversa com vítimas e agressores é uma das ações que faz parte dos projetos “A Voz da Mulher” e “Homem Companheiro”, idealizados pela magistrada, e que também serão apresentados à sociedade e discutidos durante a audiência púbica. A ideia é viabilizar rodas de conversa uma vez por mês com vítimas de violência doméstica e homens que estão cumprindo medidas protetivas diversas da prisão.
A juíza convidou representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, Prefeitura, Secretarias de Saúde, de Assistência Social e de Educação, direção da UPA, servidores do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), da Associação das Mulheres de Palmeira dos Índios (AMPI), Alcoólicos Anônimos (AA), Câmara de Vereadores, OAB e Polícia Militar.
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