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Análise de DNA resolve mistério centenário sobre origem do navegador Cristóvão Colombo

Em 20 de Outubro de 2024 às 16:02

Havia muitas controvérsias sobre a origem do navegador Cristóvão Colombo.

Os resultados de uma pesquisa, anunciados no início deste mês, indicam que ele seria um judeu sefardita.

É o que esclarece João Pedro Lima:

“Considerado o explorador do século XV, Cristóvão Colombo, era um judeu sefardita da Europa Ocidental, de acordo com um estudo feito por cientistas espanhóis. A divulgação foi feita no sábado (12), após os pesquisadores utilizarem uma análise de DNA para resolver o ‘mistério centenário’.

Ao longo dos anos, vários países discutiram sobre as origens e o local de sepultamento final de Colombo, figura polêmica que liderou expedições financiadas pela Espanha a partir da década de 1490, abrindo caminho para a conquista europeia das Américas.

Muitos historiadores questionam a teoria tradicional de que Cristóvão Colombo veio de Gênova, Itália. Outras teorias variam de ele ser um judeu espanhol ou grego, a basco, português ou britânico.

Para resolver o mistério, os pesquisadores conduziram uma investigação de 22 anos, liderada pelo especialista forense Miguel Lorente. Foram testadas pequenas amostras de restos mortais enterrados na Catedral de Sevilha, há muito marcada pelas autoridades locais como o último local de descanso de Colombo, embora houvesse alegações contrárias.

Os cientistas compararam as amostras com as de parentes e descendentes conhecidos. As descobertas foram anunciadas em um documentário intitulado ‘DNA de Colombo: A verdadeira origem’, na emissora nacional espanhola TVE no sábado (12).

‘Temos o DNA de Cristóvão Colombo, muito parcial, mas suficiente. Temos DNA de Hernando Colón, seu filho’, disse Lorente no programa. ‘E tanto no cromossomo Y (masculino) quanto no DNA mitocondrial (transmitido pela mãe) de Hernando há traços compatíveis com a origem judaica’, apontou.

Cerca de 300 mil judeus viviam na Espanha antes dos ‘Reyes Catolicos’ — os monarcas católicos Isabella e Ferdinand —, ordenarem que judeus e muçulmanos se convertessem à fé católica ou deixassem o país. Muitos se estabeleceram ao redor do mundo.

Depois de analisar 25 lugares possíveis, Lorente disse que só era possível dizer que Colombo nasceu na Europa Ocidental, e que seria judeu sefardita. A palavra sefardita vem de Sefarad, ou Espanha em hebraico; são judeus sefarditas os descendentes desses antigos judeus de Portugal e Espanha.

Na quinta-feira, Lorente disse que eles confirmaram teorias anteriores de que os restos mortais na Catedral de Sevilha pertenciam a Colombo. A pesquisa sobre a nacionalidade do explorador foi complicada por uma série de fatores, incluindo a grande quantidade de dados. Mas ‘o resultado é quase absolutamente confiável’, conta Lorente.

Cristóvão Colombo foi um navegador e explorador responsável por liderar a primeira frota europeia que chegou ao continente americano. Sua exploração é creditada como a “Descoberta da América”, embora já houvesse ocupação humana nas terras encontradas.

Também creditado como o primeiro explorador europeu a estabelecer e documentar rotas comerciais para as Américas, estudos apontam que uma expedição viking, liderada por Leif Erikson, precedeu Colombo.

Colombo morreu em Valladolid, Espanha, em 1506, mas desejou ser enterrado na ilha de Hispaniola, que hoje é compartilhada pela República Dominicana e pelo Haiti. Seus restos mortais foram levados para lá em 1542, depois movidos para Cuba em 1795 e então, como se pensava há muito tempo na Espanha, para Sevilha em 1898.”

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