No último dia 11 de novembro, a influenciadora Viih Tube deu à luz o segundo filho, Ravi. Porém, logo depois do parto, ela teve de ser internada na UTI. A informação, obviamente, deixou seus seguidores preocupados. Nesta quinta-feira (21), ela finalmente apareceu nas redes sociais para explicar o que aconteceu.
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“Tem muita gente curiosa sobre o que aconteceu. Eu não falei nada porque, antes de ir para a UTI, falei que fiz uma cesárea de emergência e vi vários médicos de plantão aqui nas redes sociais dando a opinião. (...) Teve vários tipos de opinião sem saber o meu estado ou quais eram as complicações. Por isso, evitei. Eu não estava bem”, desabafou.
Na UTI, Viih Tube fez uma transfusão para repor o sangue perdido. Teve de ficar hospitalizada até que seu hemograma voltasse aos padrões normais.
"Quando as pessoas liam ‘UTI’, pensavam que eu estava à beira da morte. Não estava. Estava bem, mas muito fraca. Tive uma desidratação severa e a minha hemoglobina baixou muito por causa da perda do sangue. Mas deu tudo certo no final”, comentou.
O que é atonia uterina?
Ainda que o caso tenha chamado a atenção nas redes sociais, a condição que levou Viih Tube à UTI é mais comum do que parece. A atonia uterina, inclusive, é a principal causa de hemorragia pós-parto.
Ela ocorre após o nascimento do bebê e a retirada da placenta. Nesse momento, o útero deveria continuar contraindo, na tentativa de "fechar" os vasos sanguíneos que estavam ligados à placenta. O objetivo é controlar o sangramento. Porém, quando isso não ocorre e o útero não contrai, o fluxo de sangue continua, podendo se tornar uma emergência médica.
"Após o parto, as fribras musculares do útero devem se contrair para obstruir os vasos sanguíneos que ficaram abertos após a retirada da placenta", explica Carolina Ambrogini, ginecologista e colunista da CRESCER. "Se não há contração, dizemos que o útero se tornou hipotônico, amolecido. E, nesse caso, a obstrução dos vasos fica comprometida, causando uma hemorragia."
Alguns fatores podem contribuir para que isso aconteça:
No caso de Viih Tube, o que aconteceu foi a primeira opção. A influenciadora ficou 19 horas em trabalho de parto. Tentou um parto vaginal, mas, por recomendação médica, mudou os planos e partiu para uma cesárea de emergência.
"Aconteceram as duas coisas: o coração dele deu uma comprimida depois de 19 horas e eu tive um sangramento. Então, quis ir para a cesárea”, comentou.
Segundo o obstetra Mário Macoto Kondo (SP), cesáreas de emergência após trabalhos de parto longo podem, sim, trazer algumas complicações. “Quando o trabalho de parto é muito prolongado, muitas vezes é necessário partir para a cesárea. Neste caso, pode acontecer atonia uterina, ou seja, falta de contração do útero”, diz.
É normal ir para a UTI depois de atonia uterina?
Segundo o ginecologista e obstetra Mário Burlacchini (SP), na maioria dos casos de atonia uterina, os médicos fazem uma massagem na barriga da mulher, para estimular a contração do útero. A medida costuma funcionar, mas, às vezes, a equipe médica precisa recorrer a outros recursos.
“Se a paciente estiver sangrando muito, pode ser necessário fazer reposição de líquidos ou de sangue”, afirma o especialista. Também é possível usar medicações, via intravenosa, para induzir a contração do útero.
Em casos mais graves, é comum que a mulher seja encaminhada para a UTI após uma atonia uterina. Isso porque, na UTI, é possível monitorar de perto os sinais vitais e fazer intervenções. A necessidade de internação, porém, dependerá da gravidade do quadro e da resposta ao tratamento inicial.
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