O asteroide Apophis vai se aproximar da Terra em 2029 e parecia ter uma pequena chance de se chocar com nosso planeta, mas um estudo publicado em 2021 mostrou isso não vai acontecer. Mas o que aconteceria se o Apophis colidir com outros objetos no espaço? Será que a sua trajetória poderia ser alterada a ponto de seguir em rota de colisão com a Terra? É o que analisaram cientistas da Universidade de Western Ontario, no Canadá.
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Em um novo estudo, o astrônomo Paul Wiegert e seu colega Ben Hyatt analisaram bases de dados da NASA e da Agência Espacial Europeia, que contêm catálogos das órbitas dos asteroides no Sistema Solar. Após analisar os cometas e asteroides na lista cujas órbitas os deixam a 0,001 unidade astronômica (cada unidade representa a distância entre a Terra e o Sol), os autores chegaram a mais de 300 objetos comuns nas bases de dados.
Depois, eles calcularam como estas rochas iriam se mover ao longo dos próximos anos para verificar se alguma delas chegaria perto demais do Apophis, e se sim, se poderiam deixá-lo em uma trajetória perigosa. As simulações mostraram que nenhum dos cometas ou asteroides estudados vai atingir Apophis diretamente antes do seu sobrevoo pela Terra em abril de 2029.
Abaixo, você confere uma animação que representa o encontro entre Apophis e outros asteroides conhecidos:
Portanto, é pouco provável que ele sofra uma mudança de direção e comece a se mover rumo à Terra. Entretanto, os autores descobriram que Apophis vai passar a cerca de 500 mil km do asteroide 4544 Xanthus em dezembro de 2026, sem colidirem. “O encontro está próximo o suficiente para que o material que acompanha o Xanthus (se houver) possa atingir o Apophis”, explicaram.
Segundo a equipe, o encontro pode causar alguma perturbação na trajetória de Apophis, que talvez afete a probabilidade de impacto com a Terra. Por outro lado, é importante lembrar que não sabemos se tal material poderia afetar a órbita de Apophis, e menos ainda como seriam tais efeitos.
No fim, a passagem de Apophis pela Terra não representa riscos, o que não significa que vamos parar de estudá-lo. "O asteroide Apophis nos fascina como espécie desde sua descoberta em 2004: foi a primeira ameaça crível de um asteroide ao nosso planeta", recordou Wiegert. "Mesmo agora que sabemos por uma margem segura que ele está a caminho de não nos atingir, os astrônomos continuam vigilantes. É o asteroide que não conseguimos parar de observar”, finalizou.
O artigo foi aceito para publicação na revista Planetary Science Journal, e está disponível no repositório arXiv, sem revisão de pares.
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