O delegado Igor Diego, que está à frente do inquérito sobre a morte do estudante Sinézio Ferreira, deu novos detalhes da investigação do caso no começo da tarde desta sexta-feira, 17. Nesta manhã, a Polícia Civil havia confirmado a prisão de três envolvidos no sequestro e no assassinato da vítima. Um dos capturados foi o amigo de Sinézio que teria atraído o estudante para o local onde ele foi sequestrado pelos assassinos, e outras quatro pessoas estão foragidas. A polícia acredita que o homicídio foi praticado por causa da disputa pelo tráfico e pela suspeita de que Sinézio era informante da polícia.
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De acordo com Igor Diego, ao todo, sete criminosos foram apontados como os autores do crime. "As investigações chegaram na conclusão de que sete pessoas participaram da execução do Sinézio. Ele tinha características como: era estudante de Direito e era estagiário da Secretaria de Segurança Pública. Ele tinha envolvimento com o tráfico de drogas nas regiões de Ipioca e de Riacho Doce, bem como já havia sido preso por porte ilegal de arma de fogo, e também respondia por ser mandante de um homicídio ocorrido em 2012", disse em entrevista ao programa Fique Alerta, da TV Pajuçara/Record TV.
A investigação também mostrou que Sinézio teria perdido o espaço no tráfico de drogas nos dois bairros e precisado mudar de residência por ter sido ameaçado no ano passado. Além da disputa pelo tráfico, a polícia apurou que o grupo criminoso, que passou a dominar a região, desconfiava de que o estudante estaria passando informações à polícia.
"Diante de todas as informações, foi feita a investigação mais aprofundada para saber até que ponto existia o tráfico de drogas com participação do Sinézio. Lá, foi verificado que o Sinézio começou a perder o espaço no tráfico para membros de uma organização criminosa que passaram a expulsar ele daquela localidade. No fim de 2022, ele teve que se mudar pois estava recebendo ameaça de morte dos indivíduos, bem como, além da disputa pelo tráfico, havia a informação de que ele passava informações para a polícia, e vários integrantes dessa organização criminosa tinham sido presos", explicou Igor Diego.
Amigo de Sinézio foi um dos presos pela polícia - O amigo de Sinézio Ferreira que teria marcado o encontro no Benedito Bentes para a troca de um chip foi um dos presos pela polícia. Ele teria pego o aparelho eletrônico para verificar se a vítima seria informante da polícia, pois havia a desconfiança dos integrantes do grupo criminoso que atua no tráfico de drogas nas regiões de Ipioca e Riacho Doce, no Litoral Norte da capital.
"O amigo dele, também envolvido no tráfico da região, teria buscado o chip do celular com o objetivo de entrar no aplicativo WhatsApp e verificar se realmente o Sinézio estava passando informações para a Polícia. Ele ficou com o chip do Sinézio, e quando a vítima ligou para pegar o aparelho, esse amigo disse que estava no Benedito Bentes, local onde o Sinézio foi. Lá, eles realmente se encontraram, trocaram o chip, conversaram, e nesse momento, chegaram dois veículos com diversas pessoas dentro, vestidas de policiais, e dizendo que o Sinézio era um traficante. Aí pegaram o Sinézio e saíram com ele", destacou o delegado.
"O amigo atraiu o Sinézio para a localidade para que os traficantes de Ipioca e de Riacho Doce, com apoio de traficantes do Benedito Bentes, executassem ele. E o Sinézio auxiliou os traficantes para que eles adquirissem essas roupas de policiais. A moto ficou na localidade, e aí dois indivíduos trouxeram a moto e a jogaram dentro do rio. E os outros indivíduos foram praticar o homicídio", continuou.
Mandante de crime emprestou carro - O delegado Igor Diego também destacou que, das sete pessoas identificadas, duas atuaram como mandantes do crime. "Uma delas teria emprestado um veículo para o cometimento do crime, pois essa pessoa não poderia se deslocar até o local porque estava usando uma tornozeileira eletrônica", informou.
Os presos estão reclusos na sede da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), no bairro de Santa Amélia, e aguardam audiência de custódia para depois serem encaminhados ao sistema prisional alagoano. Os quatro foragidos seguem sendo procurados.
O caso - Sinézio Ferreira desapareceu no dia 15 de fevereiro, quando saiu motocicleta, no bairro da Serraria, para encontrar um amigo no bairro do Benedito Bentes para pegar um chip de celular. Após denúncia anônima, a moto usada por ele foi encontrada, em um rio, na última sexta-feira (3) no litoral norte de Maceió. No dia seguinte, o corpo dele foi encontrado às margens da Lagoa Mundaú, no Pontal da Barra, mas só foi identificado pelo órgão no domingo, 4, por meio de exame de arcada dentária.
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