Polícia

Assassinato de pedreiro “Cremosinho” completa um mês sem respostas

João Arthur Sampaio | 04/07/24 - 11h35
Arquivo pessoal

O assassinato do jovem Luciano Araújo da Silva, de 22 anos, conhecido como “Cremosinho”, completou um mês nesta semana e o crime ainda segue sem solução. Ele foi atingido com um tiro enquanto passeava na Rua Novo Horizonte, no bairro do Benedito Bentes, parte alta de Maceió, no dia 2 de junho.

Até o momento, ninguém foi preso, mas existem quatro suspeitos do crime e um suposto mandante. A equipe do 5º Batalhão de Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, informou à época que o carro usado pelos criminosos, um Renault Sandero de cor prata, foi abandonado durante a fuga, depois de ter atolado, levantando a suspeita que eles teriam fugido a pé. O veículo foi apreendido e passou por perícia.

"Cremosinho de Maceió" foi assassinado no início de junho (Crédito: Arquivo Pessoal)

Luciano era pedreiro e pintor. A esposa dele, Nathaly Araújo, conversou com a reportagem do TNH1 no dia seguinte ao ocorrido. Ela informou que o marido estava a caminho da casa da mãe, quando foi morto. A mulher disse que estava com ele antes.

O TNH1 entrou em contato com o delegado Filipe Caldas, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que repassou que o inquérito está em fase de coleta de dados. Ainda não existe nenhuma informação que possa ser divulgada como novidade do caso, até para não atrapalhar o andamento do processo investigatório.

Relembre o que se sabe até então

  • Linha de investigação

A principal linha de investigação da Polícia Civil de Alagoas aponta que a morte teria sido encomendada devido a uma desavença causada pela cobrança de direitos trabalhistas. Segundo informações obtidas pelo TNH1, Luciano havia recebido mensagens em tom de ameaça.

"Você que sabe" teria sido uma das frases usadas pelo emissor da mensagem, que seria ex-patrão da vítima e teria discutido porque foi cobrado por um dinheiro relacionado ao direito do trabalhador. A polícia destacou que tomou conhecimento dos áudios e eles foram confirmados pela companheira de Luciano. 

A investigação apontou que o dono do automóvel usado no crime tem ligação com o ex-patrão de Luciano, o que aumentou a suspeita da motivação já especulada. Ao TNH1, a polícia confirmou que dois dos quatro suspeitos que estavam dentro do veículo foram identificados.

Os áudios recebidos pela vítima iriam ser periciados. Os policiais chegaram a ir nos respectivos endereços, porém os homens não foram encontrados. 

  • Dono do carro foi ouvido e liberado

Um dos suspeitos foi ouvido na mesma semana do crime. Ele se apresentou na sede da DHPP e prestou depoimento acompanhado de um advogado. O homem admitiu que é o dono do Renault Sandero que foi apreendido, no entanto, negou a participação no crime e até disse que não conhecia a vítima.

Segundo informou a delegada Tacyane Ribeiro, o veículo é registrado no nome dele, a CNH e o celular dele estavam no interior do veículo, o que apontaria indícios de um envolvimento no assassinato. O álibi dele seria que estaria bebendo sozinho nas imediações do local. O celular dele foi apreendido para passar por perícia.

A delegada ainda destacou que os dois trabalhavam no ramo da construção civil, mas o suspeito também faz serviços como motorista por aplicativo. Vale ressaltar que nem a vítima e nem o dono do veículo possuem antecedentes criminais.

Os familiares de "Cremosinho" também estiveram na delegacia de Chã de Bebedouro para serem ouvidos. Os depoimentos deles foram anexados ao inquérito policial. 

  • Quem era o “Cremosinho”

Luciano trabalhava como pedreiro e pintor, e era conhecido por fazer vídeos engraçados e com dancinhas nas redes sociais, além da rotina de trabalho. Ele deixou esposa e dois filhos, um menino de 2 anos e uma menina de sete meses. Nathaly contou que o marido tinha um bom comportamento, era querido pelos amigos e familiares, e sempre estava com bom humor.

Ela destacou que o companheiro não tinha envolvimento com ilícitos. "Ele era um bom pai, um bom trabalhador, tinha amigos, não tinha inimizades. Ele vivia com bom humor, todo mundo gostava dele, gravava vídeos para a Kwai, para o Instagram, era muito querido. Não sei o que vou fazer agora", lamentou.