A gerente da joalheria de um shopping em Fortaleza que morreu durante uma tentativa de assalto foi usada como "escudo humano" por criminosos, segundo detalhou, nesta segunda-feira (23), a delegada responsável pelo caso, Mariana Diógenes, da 7ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa. A gerente Carol Rocha morreu com um tiro na noite de sexta-feira (20), quando criminosos invadiram a joalheria no shopping Iguatemi, em Fortaleza, e a quadrilha trocou tiros com o segurança da loja. Quatro criminosos foram presos suspeitos de latrocínio (roubo seguido de morte). Outros dois suspeitos são procurados.
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"O André [um dos membros da quadrilha] se comunica com o Douglas e diz a hora exata que ele [um comparsa] deve entrar na loja, a hora em que o segurança não estaria vendo. E aí acontece a entrada, acontece a troca de tiros que leva uma vítima, a gerente da loja, a óbito. Houve a troca de tiros, e o Douglas, ao perceber que ele poderia vir a óbito, ele pega de maneira sorrateira uma das atendentes, que seria a vítima, como escudo humano, em sua própria defesa", explicou a delegada. Eles fugiram do local sem levar nenhuma joia ou valor, conforme a delegada.
Uma semana antes do crime, os membros da quadrilha visitaram o shopping para planejar o crime e como seria a fuga, conforme a delegada responsável pela investigação do latrocínio. Eles utilizavam ponto eletrônico para manter a comunicação, e o idealizador do crime, Lúcio Mauro, decidiu a função de cada na ação criminosa:
"O autor intelectual, ele vem baseado em uma ação em que a quadrilha praticou um grande roubo, ele queria praticar um novo grande roubo. Como ele disse mesmo, ele queria 'se dar bem'. Então uma semana antes ele vai ao shopping Iguatemi, escolher a loja que seria alvo do roubo, a joalheria e veio montar como seria a localização de cada criminoso nessa grande empreitada criminosa", disse a delegada. A Polícia Civil do Ceará informou na noite deste domingo que os homens envolvidos na ação na joalheria utilizaram pontos eletrônicos de comunicação durante o crime.
Prisão preventiva - Os quatro homens presos por suspeita de participação na morte de Carol tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva neste domingo (22). A conversão da prisão dos suspeitos foi pedida pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), representado pelo promotor Ricardo Machado. Ainda no domingo, o juiz Ricardo Emídio de Aquino Nogueira determinou que os mandados de prisão contra os suspeitos fossem expedidos.
Na justificativa sobre a decisão, foram ressaltados os perigos que os suspeitos oferecem à sociedade. "A verdade é que os agentes se revelaram, em princípio, pessoas excessivamente prejudiciais à sociedade, considerando-se a forma como agiram, cometendo o crime de forma ousada e com emprego de extrema violência fazendo uso de arma de fogo, não se podendo admitir que fatos desta natureza sejam admitidos como corriqueiros ou de pequena relevância", alegou o juiz.
Marido postou mensagem - O marido de Carol Rocha se manifestou por meio de redes sociais sobre a perda da mulher. Matheus Damasceno relatou a dor de perder a esposa: "Foi tirada de mim a minha melhor parte, o melhor de mim foi arrancado. A minha melhor amiga se foi".Latrocínio - A vítima foi baleada e morreu no shopping, mesmo recebendo socorro. A informação foi confirmada pela assessoria do estabelecimento na mesma noite do crime. Clientes e funcionários do shopping foram surpreendidos ao ouvir disparos. Imagens gravadas por clientes do shopping mostram a equipe de salvamento tentando reanimar a vítima.
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