Fevereiro de 2025 – mês de escolha de novo presidente da Câmara dos Deputados – ainda está bem distante, tem uma eleição de prefeito e vereador em outubro, mas o atual presidente da casa, alagoano Arthur Lira (PP), está aos poucos se desgastando com o presidente Lula.
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O mais novo episódio desse recente conflito resulta de declarações de Lira contra o ministro Alexandre Padilha, da pasta de Relações Institucionais, ao ponto de se referir a ele como “desafeto pessoal” e “inconsequente”.
A reação mais forte, hierarquicamente, partiu do próprio presidente Lula (PT), que se solidarizou publicamente com o ministro ao afirmar:
“Padilha vai ficar muito tempo nesse ministério, porque não tem ninguém melhor preparado para lidar com a diversidade dentro do Congresso Nacional”.
O Partido dos Trabalhadores divulgou nota em defesa de Padilha, externando “irrestrita solidariedade” a Padilha e ressaltando ser “inegável” a “competência” do ministro de Lula.
Diz a nota do PT:
“Ao atacar o ministro Alexandre Padilha, o deputado Arthur Lira compromete a liturgia do cargo de presidente da Câmara e ofende a harmonia entre os Poderes da República”.
Lira deu as declarações ofensivas ao ministro após ser questionado por jornalistas sobre a votação na Câmara dos Deputados que manteve a prisão do deputado Chiquinho Brazão (RJ), acusado de mandante da morte da vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro.
Em Brasília, os comentários indicam que Arthur Lira ficou chateado porque, no seu entender, houve interferência do governo na questão, tanto que Alexandre Padilha disse, publicamente, que o governo orientaria pela manutenção da prisão.
Sobre a fala de Lira, Padilha disse que não desceria ‘a esse nível”.
O pano de fundo para o estremecimento nas relações entre Lula e Arthur Lira é exatamente a sucessão da presidência da Câmara.
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