Árvore gigante encontrada em Branquinha impressiona pesquisadores

Pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) encontraram em Alagoas a única espécie de árvore gigante do gênero Dipteryx da Mata Atlântica. A descoberta se deu no município de Branquinha.

LEIA TAMBÉM

Mundo

Menino de 13 anos enviado para internato processa os pais por abandono

Mundo

O que é metanol, substância que causou a morte de seis jovens no Laos

Conforme informações da Agência Brasil, a descoberta faz parte da tese de doutorado da pesquisadora Catarina Silva de Carvalho, a qual teve como coautores os pesquisadores Haroldo Cavalcante de Lima, Domingos Cardoso, Débora Zuanny e Bernarda S. Gregório.

A espécie, que foi descrita em artigo publicado na revista científica Botanical Journal of the Linnean Society, no último dia 9, pode medir até 30 metros de altura.

Segundo a fonte, os pesquisadores encontraram somente um indivíduo adulto e dois jovens em uma área de floresta preservada dentro de uma fazenda. O artigo também apontou que o local em questão é cercado de lavouras de cana-de-açúcar.

"A maioria das espécies é amazônica, mas através da consulta herbária, a gente viu que tinha esse material da Mata Atlântica, que era muito diferente. Só que a gente não conseguia descrever a espécie porque os materiais eram muito antigos e poucos. Também, quando a gente ia nas áreas citadas nos herbários, as matas tinham sido derrubadas. Já haviam sido dizimadas", disse Catarina Carvalho à Agência Brasil.

A princípio, os pesquisadores concluíram que as árvores haviam sido extintas. Durante seu doutorado, no enanto, Catarina foi contatada pelo Inventário Florestal Nacional, que relatou a existência de uma árvore cuja espécie não havia sido identificada.

Homenagem a Hermeto Pascoal

"Na hora em que coloquei os olhos nesse cato, vi que se tratava da espécie que eu achava que estava extinta. Era lá de Branquinha (AL)", disse a pesquisadora sobre a árvore, que recebeu o nome de Dipteryx hermetopascoaliana em homenagem ao músico alagoano Hermeto Pascoal.

"A gente achou que combinava muito com Hermeto, esse músico nosso, nordestino, gigante do jazz multi-instrumentalista", disse Carvalho.

De acordo com a fonte, o gênero Dipteryx pertence à família das leguminosas e é bastante comum na Amazônia. No entanto, a Dipteryx hermetopascoaliana é a primeira espécie do gênero descrita na Mata Atlântica, bioma que hoje conta com apenas 10% de sua cobertura original. Por esse motivo, os pesquisadores responsáveis pela descoberta acreditam que a espécie se encontre altamente ameaçada.