Imagine que empossamos Homer Simpson como presidente do Brasil e dizemos a ele:
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– Caro presidente Simpson, parabéns: agora você é dono da máquina de imprimir dinheiro. Cuide dela com responsabilidade. Só aperte o botar “ligar” para repor cédulas velhas ou para acompanhar o crescimento da economia, ok?
Basta sairmos do gabinete presidencial para Homer subir em cima da mesa e pular de alegria:
– Eu tenho uma máquina de dinheiro! Viva! Vou imprimir um pouquinho e comprar muitos Donuts! Vou imprimir um pouco mais e construir no meio do Cerrado uma nova capital para o Brasil! Criarei um pacote de R$ 70 bilhões de crédito subsidiado para as pessoas comprarem mais e assim estimular a economia! Não, melhor, R$ 83 bilhões!
Num primeiro momento, aumentar a base monetária (ou seja, aumentar a quantidade de moeda em circulação) aquece a economia. O dinheiro emitido pelo Banco Central não fica parado no banco – gera uma procura maior por produtos e serviços. Mas chega um ponto em que a quantidade de notas é maior do que a capacidade de produção do país. Com a demanda maior que a oferta, os preços sobem. A economia fica inflada (era esse o significado do termo “inflação” até os anos 1940, quando passou a significar aumento de preços).
Para resolver o problema, é preciso desligar a máquina. Mas quando voltamos ao gabinete presidencial, descobrimos que Homer Simpson se acostumou a gastar mais do que arrecada e cobrir o rombo produzindo mais dinheiro. O botão ‘ligar’ está travado; a máquina imprime dinheiro sem parar. Com uma cara de assustado, Homer diz:
– A culpa pela inflação não é minha! A culpa é da elite! Dos sonegadores! Precisamos aumentar os impostos!
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