Arma furtada de museu é deixada na TV Pajuçara e entregue à polícia

Publicado em 11/05/2022, às 15h06
Theo Chaves/TNH1
Theo Chaves/TNH1

Por Theo Chaves e João Victor Souza

Geralmente objetos furtados são entregues ao dono ou à polícia. Mas desta vez foi diferente. Na tarde desta quarta-feira, 11, a produção da TV Pajuçara foi surpreendida pela chegada de uma desconhecida querendo devolver uma das armas de fogo furtadas do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), no Centro de Maceió. O furto deste e de outros objetos históricos foram noticiados pela TV e pelo TNH1, na última segunda-feira, 09. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que já prendeu um suspeito. 

Uma arma modelo Mauser C96, de fabricação alemã, foi deixada por uma mulher, que chegou à emissora no bairro do Farol transportada por um mototaxista. Com muita pressa, ela não quis gravar entrevista e chegou a dizer que tentou entregar a arma à polícia e ao Instituto Histórico, mas não teria conseguido. Nem a polícia nem o Instituto confirmaram a tentativa de entrega do objeto. 

Assista:

A TV Pajuçara contactou a polícia e o delegado Leonan Pinheiro, responsável pela investigação, esteve na sede da afiliada da Record TV para recolher pessoalmente o objeto, para fazer o registro e incluir no inquérito. 

"Próximo passo nós iremos apreender essa arma, levá-la para a delegacia e analisar de acordo com as informações que estamos recebendo também do disque denúncia (181), para tentarmos de uma vez por todas recuperar as armas que ainda restam e consequentemente elucidar o crime e prender os envolvidos nessa organização criminosa", destacou o delegado em entrevista exclusiva ao TNH1

"Foram levadas 11 armas de fogo, todas elas com potencialidade lesiva, ou seja, com capacidade de atirar e ferir. Por isso, inclusive, foi o interesse desse pessoal em subtrair as armas do Patrimônio Histórico Cultural aqui em Alagoas, em Maceió. É preciso que a polícia adiante o máximo possível o trabalho de elucidação para tirar também essas armas de circulação que, se não retiradas, serão utilizadas para práticas de delitos", acrescentou.

À produção do programa Cidade Alerta Alagoas, a mulher que entregou o material relatou que desconhece o local onde a arma estava, enquanto o mototaxista disse que recebeu R$ 10 para fazer a entrega.

Delegado veio recolher a arma pessoalmente na sede da emissora (Crédito: Theo Chaves/TNH1)

"A gente precisa saber de onde partiu, de quem partiu a iniciativa para que eles viessem deixar essas armas aqui na TV Pajuçara. Segundo as informações iniciais que recebemos aqui, a iniciativa teria sido de alguém que teria dado R$ 10 a um casal mototaxista, para que abandonasse a arma aqui na sede da TV Pajuçara. É preciso nós sabermos quem foi a pessoa que fez isso, o que presume-se estar relacionado ao crime", disse Leonam Pinheiro.

"Lembrando que todo aquele que colocar a arma de fogo em suas mãos, está sujeito à prática do crime de porte ilegal de arma de fogo. Isso pouco importa se a arma de fogo é recente ou antiga. A arma de fogo que tem potencialidade lesiva, está prevista no estatuto do desarmamento e dessa forma portanto proibida ao cidadão que não possui o porte legal de estar com ela carregando consigo", finalizou.

Morador de rua segue preso - Na última segunda, no dia que o crime veio à tona, a polícia recuperou uma arma de fogo com um homem em situação de rua identificado como Cícero Marques. Ele foi detido, submetido a uma audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Ele se encontra agora no sistema prisional alagoano.

O suspeito negou participação na invasão ao museu e afirmou ter encontrado a arma na praia, embrulhada em um pano. A Polícia Civil informou que Cicero não foi o homem que apareceu nas imagens captadas pelo serviço de segurança do IHGAL, mas não descartou o envolvimento dele no furto.

A invasão ao museu -  A reportagem do TNH1 apurou que os criminosos usaram uma barra de ferro para arrombar a porta dos fundos, pelo térreo. Eles conseguiram entrar também na sala da diretoria e subtraíram um computador. Os bandidos adentraram nessa área do prédio pela janela e deixaram marcas de sujeira nas paredes e no piso. Uma mochila rosa, que seria de um dos bandidos, foi deixada para trás.

Uma das pessoas que fazia o levantamento do que foi levado disse que aproximadamente 80 peças não foram encontradas no museu após a ação criminosa, a exemplo de espadas históricas, usadas em guerra. Medalhas de bronze, espadas e armas que pertenciam aos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, ex-presidentes da República, também foram furtadas.

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