Pelo menos dez pessoas suspeitas de terem envolvimento no esquema de fraude a concursos públicos realizados no Brasil foram presas, nesta quarta-feira (21) na Operação Afronta, da Polícia Federal. De acordo com o delegado André Santos Costa, superintendente da PF em Alagoas, quatro prisões foram realizadas no estado.
Foram cumpridos 14 mandados de prisão, sendo quatro deles contra suspeitos de integrar a quadrilha e dez contra candidatos aprovados em concursos, supostamente, por meio do esquema. Todos os candidatos aprovados foram exonerados.
A operação ocorreu simultaneamente em Alagoas, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Rondônia. O núcleo do esquema, segundo a PF, ficava no estado alagoano.
O crime foi descoberto depois da realização do concurso do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em Sorocaba, no interior de São Paulo, em outubro de 2014.
O TRF formalizou a denúncia depois de constatar que a prova discursiva de cinco candidatos tinham respostas muito semelhantes. A investigação da PF durou cerca de três meses e culminou com a desarticulação dessa organização criminosa, que fraudava principalmente certames de órgãos do Poder Judiciário.
Todos os envolvidos com a organização vão responder pelos crimes de organização criminosa e fraude em certames de interesse público. As penas podem chegar a 12 anos de prisão.
Funcionamento do esquema
Os interessados em passar no concurso por meio da fraude e os “pilotos” responsáveis pelo esquema se inscreviam e iam ao local de prova. Os “pilotos” fotografavam as provas com micro câmeras e, decorrido o tempo mínimo de permanência no local, saíam e repassavam as imagens para o líder da organização. Esse, por sua vez, distribuía as respostas para os interessados, por meio de ponto eletrônico conectado ao celular do candidato. Pelo serviço, o candidato pagava dez vezes o valor de um salário do cargo pretendido.
Veja vídeo que mostra os equipamentos:
Na investigação, o Sistema de Prospecção e Análise de Desvios em Exames, desenvolvido pela PF, foi usado para detectar a fraude e identificar os participantes. O sistema foi alimentado com os gabaritos e, por meio de uma varredura, buscou coincidências nas respostas e os candidatos com maiores coincidências, analisando ainda se elas eram esperados ou não.
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