App chinês TikTok pega carona em rivais para crescer

Publicado em 15/09/2019, às 13h59
Imagem App chinês TikTok pega carona em rivais para crescer

Por Folhapress

Você já deve ter visto o vídeo do gatinho que bate palmas ao som de "Mr. Sandman", das Chordettes, ou o desafio lançado pelo rapper Lil Nas X, no qual os participantes usam um truque de vídeo para se transformar, de repente, em caubóis.

Todos saíram de uma rede social ainda pouco conhecida do brasileiro, o TikTok. O app chinês tem crescido exponencialmente no número de usuários e receita. Em 2018, foi o quarto mais baixado do mundo, segundo a Sensor Tower.

O conteúdo é diverso, mas gira em torno de interpretação de músicas, esquetes de humor caseiros, desafios e muito monólogo adolescente.

Os virais têm uma mecânica peculiar. Logo após se disseminarem entre os usuários do app, atingem o público maior via repostagens na ferramenta Stories do Instagram ou no Twitter.

"A intenção é falar sobre o conteúdo com as pessoas que não estão lá. Esse movimento só diminui com a migração dos usuários", diz Renata Lotto, chefe de planejamento e sócia da consultoria Youpix.

O TikTok, que já tem representação no Brasil, diz que está animado com a boa recepção do app no país e que testa parcerias com anunciantes e empresas de mídia, como Tastemade Brazil, Amaro e Vice.

Lá fora, a NFL já firmou contrato com a plataforma para publicação de conteúdo, e o jornal The Washington Post mantém um canal que mostrando de forma divertida os bastidores da Redação.

Conhecido na China como Douyin, já tem mais de 500 milhões de usuários ativos mensais, com mais da metade na terra natal, segundo o relatório China Internet Report. A empresa não divulga números.

A base de usuários ainda é jovem, na faixa de 12 a 15 anos. "O público é o que estava no Instagram, mas começou a achar chato o fato de os pais também estarem lá", diz Renata.

Mas o público tem mudado e amadurecido. Segundo a consultoria Comscore, o número de adultos utilizando a ferramenta saltou de 3,9 milhões em março de 2018, para 14,3 milhões, em março de 2019.

O TikTok afirma, sem divulgar dados, que a rede de usuários tem faixas etárias bastante diversa e que os millennials (nascidos no começo da década de 1980) e a geração Z (nascidos após os anos 1990) também fazem parte da base.

O sucesso da rede começou quando a ByteDance comprou o aplicativo Musical.ly e fundiu as plataformas, unindo ferramentas de edição de vídeo e filtros com músicas e herdando uma base de milhões de usuários.

Estima-se que a receita anual da Byte Dance, proprietária do TikTok, gire em torno de US$ 2,5 bilhões. Até agora, a empresa se financiou com sete rodadas de investimentos, que captaram US$ 4,3 bilhões.

O IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) da empresa, que vale US$ 76 bilhões, é um dos mais aguardados de 2019/2020, apesar de a empresa negar a intenção de fazê-lo tão cedo.

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