Um babalorixá prestou queixa, na última quinta-feira, 1, na Central de Flagrantes de Arapiraca, cidade do agreste alagoano, contra a funcionária de uma loja da cidade que teria o ofendido por ser religioso de matriz africana.
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O caso ocorreu no dia 23 de novembro, em uma loja do Centro do município. O babalorixá Wellington Galdino conversou com o TNH1 e declarou ter ficado surpreso com o atendimento por se tratar de um local que costumava frequentar.
Segundo ele, ao entrar no local com as vestes do candomblé para comprar um incenso, a atendente passou a ironiza-lo com falas como: “Não vendemos incenso de macumba” e “Você entrou na macumba sozinho ou foi forçado?”.
“Ela pegou na minha testa e tentou fazer um pequeno exorcismo, dizendo palavras de repreensão. Nunca havia passado por isso antes e não quero que ninguém tenha uma experiência como essa. Sempre andei pelo comércio, bancos, em todos os tipos de lugares com as minhas vestes. Vivemos em um país livre”, contou.
O babalorixá afirma ainda que tentou alertar a mulher que não podia continuar agindo daquela maneira, mas ela teria continuado com a postura preconceituosa.
“Atitudes como essa geralmente não são relatadas por fiéis dessas religiões por medo de uma possível retaliação, mas ele teve coragem de denunciar. A posição da gente, enquanto conselho, é que não podemos nos omitir”, afirmou o vice-presidente do Conselho de Igualdade Racial, Clébio Araújo.
Com o ocorrido, o Babalorixá Wellington Galdino, está organizando uma Caminhada Contra o Preconceito Religioso, que está marcada para acontecer na próxima no dia 09, saindo da Praça Marques, próximo à Caixa Econômica.
O TNH1 entrou em contato com a Central da Polícia Civil de Arapiraca e foi informado de que a funcionária do estabelecimento foi intimada e deve ser ouvida na próxima semana.
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