Após quase 70 dias, o inquérito da morte do atleta Anderson de Melo Andrade, de 35 anos, que morreu após ser atropelado por um carro desgovernado, no dia 26 de fevereiro de 2022, em um trecho da BR-104, enquanto corria, ainda não foi concluído. O condutor do veículo, que estava inabilitado e pagou fiança no valor de dois salários mínimos, aguarda o encerramento do trabalho da Polícia Civil em liberdade.
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Ao TNH1, o chefe de operações da Delegacia de Acidentes de Trânsito, Denilson Ferreira, disse que o inquérito ainda não foi concluído porque a polícia aguarda resultados de laudos. “Ouvimos alguns depoimentos e, no momento, estamos aguardando esses laudos para a conclusão do inquérito”, limitou-se.
Ferreira não informou quando os laudos serão divulgados, pois dependem do órgão responsável, e por isso, não há previsão para a conclusão do inquérito. "São laudos do IML, da Perícia, da SMTT, e todos precisam ser enviados para a gente poder encerrar o inquérito", disse.
Familiares pedem rigor nas investigações - Em entrevista ao Fique Alerta, da TV Pajuçara, programa que foi ao ar dois dias após o acidente, os pais do atleta, Silvana Andrade e Paulo André, criticaram a versão apresentada pelo motorista e a condução das investigações. “Não me conformo com essa situação. Também não me conformo com a narrativa de que o motorista tinha cochilado. Se ele estivesse com sono, ele teria dormido e não saído de casa. Se ele não tivesse saído de casa, com certeza não teria acontecido esse acidente”, disse Silvana Andrade.
Já o pai do corredor chamou atenção para o fato do veículo dirigido pelo motorista não ter apresentado falha mecânica. “No momento do acidente, os agentes penitenciários, que estavam no local, disseram que o motorista estava embriagado. Além disso, ele se negou a fazer o teste do bafômetro. Agora, a delegacia vem constatar que não foi embriaguez. Mas como vão constatar isso, se o carro não apresentou nenhuma falha mecânica? Isso tá muito estranho”, afirmou.
Paulo André ainda ressaltou o sentimento pela perda do filho e contou um pouco sobre o momento pelo qual Anderson de Melo Andrade estava passando antes de ser atropelado. "Até hoje nós perguntamos o porquê disso ter acontecido com o meu filho. O meu filho, que estava agora ingressando na profissão, alcançando os seus objetivos, na vida profissional e nos esportes. Nós vamos até o fim para conseguir com que a justiça seja feita, porque até então a vida do nosso filho tem valido dois salários-mínimos. É revoltante", disse.
Associação dos Triatletas também se manifestou - A Associação Estadual de Triatletas de Alagoas (Aetri/AL) criticou a soltura do motorista que provocou o atropelamento, após o condutor pagar uma fiança no valor de dois salários mínimos e acompanhar o inquérito em liberdade.
O presidente da entidade, Welton Roberto, informou que três fatores, sendo a suspeita de embriaguez, a ausência da carteira de habilitação e direção em alta velocidade, levam ao entendimento de uma punição mais rígida ao condutor.