Juan Pablo Vojvoda, técnico do Fortaleza, sabe perfeitamente o nível de dificuldade que sua equipe encontrará nesta quarta-feira (13), na visita ao Monumental de Nuñez para encarar o River Plate, em Buenos Aires, pela fase de grupos da Copa Libertadores.
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Como treinador, o argentino já teve a oportunidade de enfrentar o time de Marcelo Gallardo em três oportunidades. Todas terminaram em derrota para Vojvoda.
Em 2018, no comando do Defensa y Justicia, perdeu por 3 a 1 em Florencio Varela. No ano seguinte, à frente do Talleres, novo revés, dessa vez por 2 a 0, em Córdoba. Ainda em 2019, no Huracán, foi goleado por 4 a 0 (e de novo em casa), resultado que ocasionou sua demissão do clube de Parque Patricios.
Há, contudo, uma lembrança menos negativa para ele envolvendo o River Plate, que data de seus tempos como jogador. Vojvoda reconhece não ter sido um zagueiro virtuoso e construiu carreira apenas mediana nos gramados. Revelado pelo Newell's Old Boys, foi sempre reserva no clube de Rosario, e acumulou passagens por agremiações da Argentina e da Espanha cujos nomes parecem pertencer mais a órgãos públicos do que ao futebol, como Cultural Leonesa e Tiro Federal.
Em um desses clubes, o Sportivo Belgrano, o então defensor participou de uma campanha memorável da equipe, que disputava na época a terceira divisão nacional. Na edição de 2011/2012 da Copa Argentina, o time da província de Córdoba eliminou Tiro Federal de Morteros, Douglas Haig e Almirante Brown, triunfo que rendeu ao clube um prêmio de 200 mil pesos argentinos. Na tradicional foto dos jogadores com o cheque gigante, pode-se ver Juan Pablo Vojvoda celebrando com os companheiros.
A sequência vitoriosa permitiu aos cordobeses enfrentar o River Plate na fase que valia vaga nas oitavas de final. Era um River em situação bem distinta da que Vojvoda e o Fortaleza encontrarão nesta quarta. Naquela ocasião, em março de 2012, o time disputava a segunda divisão do futebol argentino e procurava retornar à elite.
Uma de suas principais contratações para a campanha de volta à primeira divisão foi o centroavante francês David Trezeguet, campeão do mundo em 1998 e autor gol de ouro que deu à França o título da Eurocopa em 2000. No duelo entre o Sportivo Belgrano e o River, coube a Vojvoda grande parte da responsabilidade de marcar Trezeguet. E, durante os primeiros 45 minutos, com exceção de uma finalização dentro da grande área permitida ao atacante, a defesa comandada pelo experiente zagueiro de 36 anos conseguiu cumprir a tarefa de pará-lo. Vojvoda, inclusive, teve a chance de abrir o placar em um cabeceio, aos 21 minutos, mas testou para fora.
Na etapa final, porém, os cordobeses não conseguiram parar o River Plate, que inaugurou o marcador com Martín Aguirre, aos 15, e fechou o triunfo com Rogelio Funes Mori, aos 40, depois de escapar da marcação de Vojvoda e arrancar em direção ao gol.
Apesar da eliminação, foi uma campanha histórica para o Sportivo Belgrano, que esteve perto de conseguir o acesso à segunda divisão no final da temporada, mas não conseguiu -parou na sexta fase eliminatória do Torneio Federal A, a terceira divisão, ao cair para o Crucero del Norte.
Ao menos, para Juan Pablo Vojvoda, que estava em seu último ano de carreira, ficou a recordação do dia em que enfrentou David Trezeguet no Estádio Bicentenário de Catamarca, interior da Argentina. E Trezeguet não marcou.
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