Após crime, suspeita de matar advogado italiano teria usado celular de vítima para se comunicar com sócio

Publicado em 06/11/2018, às 17h31
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Por João Victor Souza

O sócio do advogado italiano Carlo Cicchelli, encontrado morto em uma residência no bairro de Ponta Grossa, em Maceió, nessa segunda-feira (05), informou à reportagem do Portal TNH1 que a namorada e assassina confessa de Cicchelli, Clea Fernanda Máximo da Silva, presa horas antes da localização do corpo, usou o aparelho do celular da vítima após o crime e, por muitas vezes, se passou por ele.

Clea também teria se passado por Carlo para pedir dinheiro ao sócio do advogado italiano. "Isso é algo que vamos esclarecer. Ela disse que pediu dinheiro sim, mas vamos ouvir os familiares também", disse a delegada Rosimeire Vieira.

O sócio, que teve o nome preservado pela reportagem, também afirmou que a mulher não deixava ele se comunicar com o advogado. Em vários momentos da conversa de Whatsapp, às quais o TNH1 teve acesso, ele perguntava por Cicchelli, mas Clea alegava que ele não estava com ela e que depois o próprio retornava a chamada.

Em outra parte do diálogo, o sócio pediu um número para contato, mas foi despistado pela suspeita. "Eu não posso entender porque você não me dá o número de telefone com o qual você fala (...). Eu vejo meu irmão. E acredite em mim, é conveniente para todos, porque toda essa história parece absurda", disse.

“Se eu tivesse o número, eu já teria dado a você”, respondeu Clea, alegando que Cicchelli ligava para ela com um número desconhecido.

Após tentar evitar o contato, Clea teria se passado por Cicchelli em uma das conversas com o sócio. Ao desconfiar dela, por conta dos erros na escrita do idioma, o sócio declarou que iria denunciar a mulher por peculato. “Na minha opinião você não é o Carlo. Me desculpe, mas nós denunciaremos, Clea, por peculato. Você gastou todo o dinheiro [que seria algo em torno de 200 mil euros da venda de uma casa na Itália]. Você não é meu irmão", afirmou.

Então, recebeu a resposta: “Não faça perguntas e me escute. Eu assinei um contrato e não posso fazer telefonemas ou mensagens de voz, me entenda. Faça o que eu te disser primeiro", argumentou.

Agressões

Clea Fernanda avisou ao sócio de Cicchelli que era agredida pelo advogado e que não aguentava mais a situação. “Ele está me ameaçando. Se o Carlo quer algo, ele faz.  Amanhã mesmo eu vou à polícia com uma foto dele”, disse a suspeita em um trecho da conversa.

“Se o Carlo me tocar e me machucar, eu não vou esperar por nada. O rosto dele estará em todos jornais e eu publico tudo sobre isso, eu também vou denunciar você pelas ameaças e acusações destes último dias”, continuou ela, quando também acusou o sócio de ameaçá-la.

Participação de terceiros no crime

A Polícia Civil de Alagoas investiga se a assassina confessa agiu sozinha ou se teve a ajuda de um ou mais cúmplices. Além de cometer o crime, a polícia quer entender os motivos que levaram a mulher a manter o cadáver por quase dois meses dentro de casa, convivendo com ele.

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