Interior

Após cobranças e reprodução do 'Caso Marcelo', abordagem a Danilo também será simulada

Instituto de Criminalística designou equipe para reprodução silmulada do caso do jovem

Eberth Lins | 19/01/23 - 09h56
Cícero Fernades, Dayane Fernades e Nide Lima, pai, irmã e tia de Danilo, respectivamente | Foto: Theo Chaves / TNH1

A espera de mais de um ano por respostas oficiais sobre o que aconteceu na abordagem policial que resultou na morte do adolescente Danilo Fernando da Silva, de 17 anos, em Arapiraca, parece estar chegando ao fim. O Instituto de Criminalística (IC), órgão responsável pelas perícias oficiais no estado de Alagoas, informou ter designado uma equipe para atuar na reprodução simulada de mais esse caso.

O adolescente foi morto a tiros em 25 de novembro de 2021 durante uma abordagem policial e a reprodução simulada está autorizada pela justiça desde o dia 27 de julho de 2022, mas até então não saiu do papel.

"A gente está esperando que isso aconteça também para que os culpados paguem por isso. O menino era inocente, a gente nunca usou arma, nunca tivemos problema com justiça. Eu acredito que além da justiça do céu tem que ter a daqui da terra também", disse Cícero Fernandes da Silva, pai de Danilo.

De acordo com o IC, peritos criminais estão analisando o material referente ao caso para, em seguida, marcar a data da reprodução. "Logo que seja definido o dia e horário, primeiramente o IC comunicará à Polícia Civil e posteriormente dará ampla publicidade aos meios de comunicação", assegura o Instituto de Criminalística.

Familiares do jovem questionaram publicamente às instituições quando foi marcada, no fim do ano, a reprodução simulada do "Caso Marcelo", que tem semelhanças com a morte de Danilo. Embora Marcelo tenha sido morto meses depois, a reprodução simulada foi realizada na noite da última segunda-feira (16) e foi acompanhada de perto também por familiares de Danilo.

"O que nós esperamos aqui é justiça, casos deste tipo não podem continuar. Nós esperamos da polícia a segurança. Não é para a gente ter medo, é para que eles nos protejam e infelizmente isso não está acontecendo, talvez por falta de preparo. Eu sei que de alguma forma isso precisa ser resolvido, precisa acabar. Essa violência não pode permanecer", alertou Nide Lima, tia do jovem Danillo, que também esteve presente durante a reprodução simulada do caso Marcelo.

A abordagem que terminou com a morte do menor envolveu quatro policiais lotados no 3º Batalhão de Policiamento Militar (3º BPM), em Arapiraca, assim como no Caso Marcelo. Todos eles já foram denunciados à justiça pelo Ministério Público Estadual (MPE), sendo um pelo crime de lesão corporal seguido de morte e os outros três pelo crime de fraude processual. A investigação do caso Danilo está sob segredo de justiça.