O advogado de defesa de Ronaldo Gomes de Araújo, um dos irmãos suspeitos da morte do auditor fiscal João de Assis Pinto Neto, informou ao TNH1 que o cliente foi submetido, na manhã desta terça-feira (30), à audiência de custódia e, segundo a decisão judicial, vai permanecer detido.
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Ainda de acordo com o advogado Renan Rocha, a defesa deve entrar com um pedido, ainda hoje, de habeas corpus para que a mãe dos suspeitos seja liberada.
Ao TNH1, a delegada Rosimeire Vieira, que está à frente da investigação da morte do auditor fiscal, contou que Ronaldo entrou em contradição durante o depoimento à polícia nessa segunda, 30. Ele se apresentou às autoridades na tarde de ontem na sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), acompanhado do advogado.
Segundo a delegada, a versão do suspeito não condiz com o que a Polícia Civil apurou desde a última sexta-feira, dia do crime. "Ele trouxe em depoimento elementos inconsistentes ao que foi apurado, entrou em contradição, e não convenceu. Ele apresentou a versão que foi mais conveniente a ele".
Em depoimento, Ronaldo contou que a briga que terminou com a morte de João de Assis foi motivada após uma desavença por cobrança de pagamento de propina por parte do auditor, porém a delegada destacou que não há provas quanto à denúncia.
Rosimeire Vieira explicou que o aparelho celular encontrado que pertencia ao auditor fiscal da Sefaz ainda vai ser periciado. "O celular encontrado vai ser periciado e vou pedir urgência quanto a isso. Não tem um prazo definido. Mas não há nada que comprove a versão do suspeito sobre a propina".
Ela destacou ainda que João Marcos Gomes de Araújo, irmão de Ronaldo e primeiro preso do caso, tentou defender o parente no depoimento, mas as informações passadas por cada um se contradizem. João Marcos teve a prisão preventiva decretada pela Justiça no último dia 28.
"Um irmão tentou defender o outro, foi isso que aconteceu no depoimento de ambos, mas a Polícia Civil segue em diligências para mais esclarecimentos. E não posso confirmar se outras pessoas podem ser presas", limitou-se a declarar a delegada.
Defesa de suspeito diz que está em busca de provas - O advogado de defesa Renan Rocha informou ao TNH1, também nesta manhã, que Ronaldo havia afirmado que o suposto pagamento de propina era feito com dinheiro em espécie, pessoalmente, e que por isso, pode não ter registro de cobrança da quantia no celular do auditor.
"Ele [Ronaldo] sustenta que o pagamento era em espécie e a fiscalização de sexta-feira não estava agendada no cronograma do auditor. Estamos em busca de provas", declarou o advogado.
Ronaldo pode ser encaminhado ao sistema prisional alagoano, onde o irmão, João Marcos, já se encontra recluso, ainda nesta terça-feira. A mãe deles, Maria Selma Gomes, presa por destruir provas que ligavam os filhos à morte do auditor fiscal, continua presa, mas ainda não foi encaminhada ao presídio. O advogado contou que vai entrar com um pedido de liberdade para soltá-la.
Entidades do Fisco repudiam versão de propina - Entidades representativas do Fisco Alagoano emitiram nota, na noite de segunda-feira, para repudiar a versão da defesa do comerciante. Ao apresentar o suspeito à polícia, o advogado Renan Rocha informou que uma cobrança de propina por parte de João Assis teria motivado a briga que culminou na morte do auditor.
As entidades partiram em defesa de João de Assis, classificaram as denúncias como falsas e lamentaram os "pronunciamentos inverídicos e abjetos" da defesa do suspeito.
"A mentira deslavada com o intuito de tornar vítimas os culpados por esse bárbaro crime não possui qualquer sustentação e busca tão somente desviar o olhar justo da sociedade para esse cruel assassinato", diz trecho da nota, que é assinada pela Associação dos Servidores Inativos do Fisco do Estado de Alagoas (Assifeal), Sindicato dos Auditores de Arrecadação e Finanças do Estado de Alagoas (Sindafisco), Sindicato do Fisco de Alagoas (Sindfisco) e Associação do Fisco de Alagoas (Asfal).
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