Após análise de água, pesquisador diz que pescado e balneabilidade ainda não estão comprometidos

Publicado em 08/11/2019, às 15h58
FolhaPress
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Por Redação TNH1

O professor Emerson Soares, que coordena a força-tarefa dos professores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) para a investigação sobre o óleo que atinge o litoral, informou ao TNH1, nesta sexta-feira, 08, que o resultado da análise das amostras de água coletadas no Litoral Sul de Alagoas mostrou que houve alterações na composição do líquido, mas que isso não compromete a qualidade da água, nem o pescado.

De acordo com o pesquisador, itens estavam acima do tolerável, como teor de sulfato, de arsênio, de potássio e de coliformes fecais, que destoaram dos demais. As alterações foram percebidas na região da foz do Rio Coruripe e em praias de Feliz Deserto e Piaçabuçu.

“Não tiveram grandes alterações. Foi uma análise preliminar. Um ou outro item que destoava dos demais. Ainda não podemos correlacionar com o óleo. Não podemos dizer que há condições ruins de balneabilidade", disse.

"Vamos analisar hidrocarbonetos e outras moléculas que envolve o petróleo. Já analisamos metais, ametais, parâmetros físico-químicos e microbiológicos da água. Nós vamos cruzar as informações após análise”, continuou.

Soares também destacou que as praias apresentaram um índice elevado de coliformes fecais, mas que isso tem relação com saneamento básico. “Já era esperado. O problema de saneamento é constante. Sobre o petróleo, ele tem vários tipos de composição, uma parte chega com mais gases, outra com menos, depende do tempo que ele fica exposto na água, o que fica no fundo e etc”, disse.

O pesquisador garantiu que a força-tarefa da UFAL vai analisar semanalmente a situação da água. “Vamos desenvolver aproximadamente 28 parâmetros. Com isso, vamos ter projeção de como está a situação. São quatro laboratórios trabalhando, num planejamento com 22 pesquisadores”, explicou.

Ainda segundo o professor, houve uma coleta de água no Litoral Norte do estado, mas o resultado ainda não foi divulgado.

Consumo do pescado

O pesquisador também contou à reportagem que o resultado da análise não conclui se o pescado foi comprometido. Ele deu orientações para a população que tem o interesse em consumir peixes e crustáceos, como lagosta, camarão e caranguejo. 

“Tem que ter prudência ao consumir, averiguar se ele foi pescado em área que já foi afetada pelo óleo ou que ainda está com manchas. É bom ter precaução. Evitar peixes como agulhinha e bagres, além de ostras, sururus e mariscos dessas regiões”, disse.

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