Ansiedade: a inimiga número 1 de quem estuda para concurso; veja dicas de como superar

Publicado em 09/12/2024, às 08h45
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Por Extra Online

É cada vez maior o número de pessoas que se dedicam a concursos públicos. A seleção dos Correios, por exemplo, registrou 1,7 milhão de inscritos — 54% a mais do que o total de interessados no último processo seletivo da empresa, em 2011. O que muitos não percebem é que a grande concorrência e a extenuante rotina de estudos levam muitos candidatos a desenvolver ansiedade. A combinação entre expectativas elevadas, medo do fracasso, pressão por resultados e competição acirrada pode desencadear estresse e afetar diretamente a saúde mental.

Apesar desse desafio, há estratégias apontadas por especialistas para controlar a ansiedade, como técnicas de respiração, boa alimentação e a importância de uma rotina equilibrada. Assim, entender as causas e aprender a lidar com os sintomas pode ser tão crucial quanto o estar em dia com o conteúdo cobrado para conquistar a sonhada vaga.

O psicólogo Rafael Vieira, coordenador da área de Psicologia do Gran Concursos, diz que a ansiedade tem uma função no organismo, e que é normal os candidatos terem essa sensação durante o processo. O importante é não deixar que isso atrapalhar.

— A ansiedade é uma forma de antecipação, uma expectativa acerca de algo que desejamos muito ou que nos ameace. Se descontrolada, perdemos a confiança. Mas quando o candidato faz uma boa preparação, a ansiedade pode ser positiva, já que em um nível saudável ela aumenta a atenção. Aceite que a ansiedade existe e não permita que saia do controle. Use-a a seu favor — diz.

Mas qual a melhor maneira de lidar com esse sentimento e aumentar a confiança? Para o diretor pedagógico da Degrau Cultural, Marcos Brito, o estudo é uma das formas. Ele orienta os candidatos a estarem com as matérias em dia: quanto mais preparado estiverem, mais confiantes ficarão.

— Faça exercícios da banca e procure fazer simulados, seja inéditos ou provas anteriores. Mantenha ou crie um hábito de estudos que inclua pausas regulares. Isso ajuda a manter o foco e a evitar o esgotamento — afirma.

Manter uma rotina equilibrada de estudos e chegar cedo ao local de prova também ajudam a relaxar, sem perder a motivação.

Dormir bem e não beber ajudam

Segundo especialistas em concursos públicos, outras dicas a serem seguidas pelos candidatos são: dormir cedo, ter uma noite tranquila de sono na véspera da prova, não estudar demais no último dia de preparação e evitar o consumo de bebidas alcoólicas horas antes do exame.

Deve-se ainda praticar técnicas de relaxamento, como meditação e exercícios de respiração. A alimentação também pode ser um fator importante.

— Evite comidas muito “pesadas”, que sejam de difícil digestão ou que possam te deixar mais cansado. No dia ou mesmo durante a prova, coma um doce ou um chocolate, que são estimulantes, mas sem exagero — sugere o psicólogo Rafael Vieira.

O professor Eduardo Cambuy, professor do Gran Concursos, acompanha o mundo dos processos seletivos há muito tempo e aconselha os candidatos a sempre buscarem informações claras e precisas sobre as seleções. Segundo ele, quanto mais o concorrente souber sobre as regras e sobre as etapas do certame, menos incertezas ele terá.

— Ansiedade ocorre se você pensar demais no futuro e ignorar o presente. A melhor forma de combatê-la é focar no agora e internalizar que, se você não controla o que está por vir, não tem que se estressar. Quanto mais informações tiver para entender e prever o cenário, mais o candidato conseguirá manter a cabeça tranquila, com maior chance de sucesso — detalha Cambuy.

Expectativa muda de acordo com as etapas

Cada etapa de um concurso envolve muita espera. Da autorização até a publicação do edital podem se passar até seis meses. Depois, vem a expectativa pela aplicação das provas, pelo resultado e, no caso dos aprovados, pela convocação. Essa última fase inclusive pode durar muito tempo, já que geralmente os períodos de validade dos concursos são de até quatro anos, contando com a prorrogação.

Para Vieira, a ansiedade é vivida de maneira diferente em cada fase. Na espera pela prova, está mais ligada ao medo do fracasso e ao controle sobre o desempenho. Enquanto o candidato aguarda a posse, a ansiedade tem a ver com a realização de um objetivo.

A enfermeira Vanessa Castro, de 27 anos, está sempre alerta aos concursos na área da Saúde e sabe que a ansiedade é companhia constante. Por isso, em vez de se cobrar demais, ela aprendeu a aceitar que o caminho até a aprovação terá altos e baixos:

— Sei que nem todo dia será perfeito, e que a ansiedade faz parte do processo. Fico às vezes com a sensação de que poderia fazer mais. Mas aprendi a entender o que está ao meu alcance e o que não está.

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