Texto do economista alagoano Daniel Lima Costa, presidente da ANESOLAR – Associação Nordestina de Energia Solar:
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“O neocolonialismo é a relação econômica e interferência política de países ‘mais fortes’ sobre países ‘mais fracos’. É semelhante ao colonialismo de exploração, onde o país mais forte impõe sua vontade sem que tenha que construir ou manter colônias.
Vivemos em sociedades capitalistas, coloniais e patriarcais. Nenhuma dessas categorias é tão controversa quanto ao modo de dominação colonial que, sob outras formas, está hoje tão vigente e violento como no passado.
Basta lembrar de como nosso país foi vitimado, recentemente, por uma operação judicial que desmontou as cadeias produtivas do petróleo, da construção e, faltou pouco, para atingir o agronegócio. Está mais do que comprovado que teve o dedo do neocolonialismo subsidiando e apoiando tão insidiosa operação.
Tenho tido o desprazer de ler notícias do setor energético brasileiro que muito me preocupam. De uma hora para outra, não se fala em outra coisa senão em hidrogênio verde e eólica offshore. Parece que estes temas são essenciais para o Brasil.
Mas, será que são mesmo, ou estamos sendo induzidos pelo lobby do neocolonialismo?
Não tenho nada contra, acredito que todas as fontes de energia limpa são importantes e precisam ser incentivadas.
Mas, será que não temos políticas energéticas mais importantes? De curto prazo, mais eficazes para dinamizar as economias locais e que gerem postos de trabalho, que é o que o Brasil precisa urgentemente.
O Governo precisa ficar atento a 5 aspectos:
1. O Brasil tem tecnologia para implantar e produzir em larga escala hidrogênio verde ou em instalar gigantescos geradores eólicos em alto mar?
2. O Brasil tem mão de obra especializada para atuar nesses segmentos?
3. Quantos empregos irão ser gerados no curto prazo com a implantação desses empreendimentos?
4. Quantas empresas brasileiras, principalmente micro e pequenas que são as que mais empregam, serão beneficiadas?
5. Qual o benefício para a população mais vulnerável?
Está na hora de o Governo reunir a sociedade civil, o meio empresarial e a classe política para um amplo debate sobre os rumos do setor energético brasileiro.
O Governo precisa discutir temas de relevância, como:
Criar o ‘Sistema Brasileiro do Comércio de Emissões’, para ser indutor dos meios necessários para a transição energética.
Mobilizar estados e municípios, pois estamos muito defasados quanto a infraestrutura necessária e os meios para enfrentar os eventos climáticos extremos.
Aproveitar a Geração Distribuída como instrumento de democratização e distribuição de prosperidade no setor elétrico.
Abrir o mercado cativo, libertando os consumidores de energia para escolher de quem e de qual fonte comprar sua energia.
Expandir a eólica continental, que ainda tem muito o que crescer.
Dessa forma, pode-se afirmar que estão sendo fortalecidas as empresas nacionais de todos os portes e criando oportunidades para que os brasileiros possam trabalhar e viver com dignidade.”
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