Aos 38 anos, o experiente atacante Alecsandro tem a oportunidade de voltar a jogar a Série A do Campeonato Brasileiro. O novo atacante do CSA foi apresentado oficialmente na última terça-feira (9), no CT do Mutange, em Maceió, e descreveu a expectativa de poder entrar em campo na elite do futebol nacional mais uma vez, competição que não atua desde 2017, quando defendeu o Coritiba.
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"Feliz por ter passado por grandes clubes do Brasil, agora no maior de Alagoas. Com certeza vestir uma camisa de um clube de tradição tão sério quanto esse é uma responsabilidade tão quanto a dos outros clubes que passei. Coloco o CSA também na mesma grandeza dos outros clubes. É um clube importante, é um clube de tradição, é um clube que abriu as portas para eu voltar à Série A novamente. É um campeonato que me empolgo sempre quando jogo. Espero que eu possa ajudar não só com gols, mas também com experiência dentro e fora de campo também. O grupo é jovem, é um grupo novo e que a gente com certeza vai precisar de todos para que possa fazer um grande campeonato", discursou.
A camisa do CSA é a 14ª que o centroavante veste em sua carreira. O jogador, que estava no São Bento, vai jogar pela primeira vez em um clube alagoano e classificou esse momento como especial.
"Momento especial na minha carreira. Momento especial para o clube. Me sinto privilegiado em estar aqui. Quero que vocês (jornalistas) saibam que sou um cara tranquilo para trabalhar. Vocês da imprensa não vão ter dificuldade comigo, sou um cara muito transparente, direto e sério. Vão ouvir sempre a verdade. Sou um cara de muita personalidade, mas acima de tudo a humildade e a sinceridade têm que chegar primeiro. Espero que eu possa ter um bom relacionamento com vocês, como tive em outros estados. (Alagoas) É um estado que nunca tive trabalhado. Espero que eu possa ser feliz como fui em todos os estados que pude trabalhar. Desejo muita boa sorte não só para mim, mas também para os meus companheiros".
Foto: Matheus Pimenta / CSA
"Lógico que se tratando de uma chegada rápida, tanto a diretoria quanto o Argel aceleraram a minha chegada aqui. Lembro que, quando acabei de fechar, o Fabiano (Melo) em 5 minutos já estava mandando minha passagem. A gente fez de tudo para estar aqui o mais rápido possível porque sabe da dificuldade que o clube passa nesse momento na tabela. Mas viemos para ajudar, poder somar e fazer com que o clube permaneça na Série A e que comece a galgar os passos que sempre sonhou. Estou aqui de coração aberto, muito feliz. A minha família já está toda aí, meus filhos, minha esposa. Daqui a pouco meu pai, para quem conhece, também está aí, já falou que vai vir. Estamos de coração aberto. Meu contrato é até o final do ano, mas tenho certeza que vou dar o meu máximo. Espero que eu possa contribuir muito com gols, ajudando a equipe com toda a liderança, toda minha experiência. Espero realmente que eu possa fazer um grande trabalho aqui. Essa é a minha vontade".
Com 6 pontos em nove rodadas, o CSA entrou na parada do Brasileirão na 19ª colocação. O Azulão volta a campo no domingo (14) e encara o Corinthians às 16h, na Arena Corinthians, em São Paulo, pela 10ª rodada.
Veja outros trechos da entrevista.
Passagem pelo São Bento
"O futebol é muito especial por causa disso. Às vezes a gente vê grandes jogadores em grandes equipes, acaba não jogando, não fazendo gols. E o cara depois vai para uma outra equipe e faz gols ou joga bem, enfim. Às vezes as coisas não aconteceram. Esse primeiro semestre para mim realmente foi muito ruim. Apesar de ter feito todos os jogos do Campeonato Paulista, que é o campeonato regional mais difícil do Brasil, mas as coisas não se encaixaram por várias situações, entrosamento, enfim. Foram treinadores que saíram, jogadores novos que chegaram, a coisa acabou não andando. Não só eu não consegui desempenhar a minha principal função, que é fazer gol, como o time todo também não conseguiu se encarregar para fazer com que cada um desse o seu melhor. Acabou que todos nós da equipe acabamos indo mal".
Recomeço?
"Agora estando aqui é uma nova realidade, uma nova situação. Não um recomeço de vida porque a minha vida é muito longa, joguei em vários clubes na minha carreira e como você mesmo disse, pude ser feliz em todos. Em todos pude fazer gols e além de gols, títulos, que é o mais importante. Aqui a gente ainda não vai falar de títulos, mas que a gente fale em título do clube, que hoje é permanecer numa Série A e depois buscar uma pontuação maior dentro da tabela. Vamos passo a passo, vamos ser inteligentes e vamos pensar também como o clube pensa, andar junto ao clube que fica sempre mais fácil".
"Tenho certeza que pensando assim e trabalhando com muito empenho, dedicação, podendo finalizar bem, acertar nas finalizações, treinar da maneira que a gente vem treinando, sempre digo, e hoje combinou até com o que o nosso treinador falou. Sempre digo que o futebol, a gente nasce com o dom. Mas a repetição dentro do futebol é muito válida. A gente vem repetindo nessa semana vários treinos de finalizações, vários treinos de cruzamentos. A tendência é que a gente chegue dentro do jogo e as coisas aconteçam. Estou muito feliz com esses primeiros treinos meus no CSA e muito ansioso para que a gente possa realmente fazer um grande campeonato".
A idade pesa?
"Primeiro sofro bastante no sentido que quero treinar todos os treinos. Hoje a gente tem, não vou falar com precisão quantos profissionais que a gente tem no staff fora do campo, mas só de preparador físico são quatro. Então nós somos avaliados diariamente. Fora o fisiologista e uma série de outros profissionais dentro da área que a gente trabalha. Vamos falar de preparador físico. Hoje nós somos avaliados por quatro preparadores físico no dia a dia. Eu sofro muito porque eu quero treinar todos os treinos. E a gente sabe que conforme a idade vai passando, eu escuto isso do futebol, não sou eu que estou falando, a gente tem que treinar menos. O jogador vai treinando um pouco menos porque dizem que a gente atinge um estágio que não precisa treinar tanto como um jogador de 20 anos. Mas eu me bato muito com isso porque quero treinar todos os treinos".
"Você que acompanham o dia a dia vão poder observar muito bem isso. Dificilmente eu vou sair do treino. Isso para mim é a maior dificuldade. Mas o principal de tudo isso é que me sinto muito bem. Para você jogar em alto nível e jogar uma série A e estar vestindo uma camisa ao peso da do CSA, você tem que estar bem. Graças a Deus me sinto muito bem. Me preparei para estar aqui. Estou me preparando para esse Campeonato Brasileiro. A idade nesse momento para mim fala muito pouco. Me sinto como se estivesse com meus 28, 29 anos ainda. Estou muito tranquilo sobre isso".
"O dia que eu estiver com dificuldade e sentir... Tenho vários exemplos no futebol e isso facilita para mim. Tive o Juninho Pernambucano no Vasco, tive o Felipe, tive o Élber atacante no Cruzeiro. Peguei um feedback desses jogadores mais velhos, o porquê eles iam parar de jogar. E todos eles me falaram a mesma coisa, que não estavam aguentando jogar o jogo de domingo e o jogo de quarta. Esse feedback para mim foi muito importante. O Campeonato Brasileiro não tem folga e não tem jogo para você falar: 'Ah, esse jogo eu vou dar poupada, vou descansar'. Não dá. Quando a gente entra na fase de jogar quarta e domingo é uma sequência muito grande e realmente cansa mesmo, não só os jogadores mais velhos, como também os mais novos. Mas quando eu sentir que também não estou aguentando jogador o domingo e a quarta, a gente senta e conversa com o preparador físico. Mas por enquanto esse não é o caso. Me sinto muito bem, treino muito bem, estou no percentual ideal de todos os demais. Como eu falei, muito ansioso, preparado e vou me preparar cada vez mais para fazer uma grande Série A".
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