Um levantamento realizado pela Polícia Científica de Alagoas, divulgado nesta segunda-feira (13), revelou que 2024 registrou o menor número de mortes por afogamento nos últimos 10 anos no estado.
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De acordo com dados consolidados dos Institutos Médico-Legais (IMLs) de Maceió e Arapiraca, 92 pessoas morreram por afogamento no ano passado, o que representa uma diminuição de 18,58% em relação a 2023, quando foram registrados 113 casos.
A redução é ainda mais significativa quando comparada a 2017, o ano com o maior número de registros na série histórica, com 140 óbitos — uma queda de 34,28% desde então.
A análise dos dados destaca a importância do trabalho contínuo dos IMLs na coleta e registro desses casos, para embasar políticas públicas voltadas para a prevenção de afogamentos e a orientação da população.
Perfil e locais comuns - Do total de 92 vítimas, a maioria era do sexo masculino, com 81 homens e apenas 11 mulheres. Quanto à faixa etária, os jovens de 0 a 19 anos somaram 18 mortes, enquanto adultos de 20 a 59 anos representaram 60 mortes. Já entre os idosos, com 60 anos ou mais, foram registrados 14 óbitos.
Um dado alarmante que chama a atenção no monitoramento realizado pela Polícia Científica é que todas as vítimas em piscinas eram crianças de até 11 anos. Essa informação reforça a necessidade urgente de campanhas educativas voltadas à segurança em ambientes aquáticos para esse público vulnerável.
As estatísticas também revelam os locais mais comuns onde os afogamentos ocorreram. As praias, com 21 registros, e os rios, com 22, estão entre os lugares mais frequentes, mas os açudes e barragens se destacam como o ambiente mais perigoso, com 31 mortes registradas.
Essas áreas, a maioria em terrenos particulares, são frequentemente usadas como balneários e, embora ofereçam um espaço para lazer, muitas vezes carecem de infraestrutura e sinalização adequadas, o que aumenta os riscos.
Por outro lado, locais menos convencionais, como caixas d’água, poças d'água e cacimbas, também representaram uma ameaça silenciosa, com algumas mortes ocorrendo nesses espaços improváveis.
Isso demonstra que a vigilância deve ser intensificada não apenas em locais de maior visibilidade, como praias e rios, mas também em áreas de risco muitas vezes negligenciadas.
O perito-geral adjunto, Wellington Melo, destacou que a divulgação dos dados dos IMLs de Maceió e Arapiraca tem como objetivo alertar a sociedade e contribuir para a redução contínua dessa estatística. Ele também enfatizou a importância de campanhas educativas sobre os riscos associados a balneários irregulares e de ações de fiscalização mais rigorosas.
Ainda segundo a Polícia Científica, 48 dos afogamentos ocorreram em áreas rurais do estado e 6 vítimas das praias eram turistas de outros estados. Os dados apontam também que dois afogamentos aconteceram após acidentes de trânsito com as vítimas presas às ferragens, um foi acidente de trabalho na Ponte Divaldo Suruagy e um dos registros foi um caso de homicídio.
“O esforço conjunto entre os órgãos de prevenção e a sociedade desempenha um papel essencial na promoção de uma cultura de segurança nas águas, contribuindo para a redução contínua das mortes por afogamento. A diminuição histórica registrada em 2024 é um indicativo de que as iniciativas em andamento estão no rumo certo. No entanto, é imprescindível intensificar essas ações, assegurando que ainda mais vidas sejam preservadas”. Afirmou perito-geral adjunto.
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