Alagoas pode ficar sem arroz devido às enchentes no RS; supermercados já limitam vendas

Publicado em 09/05/2024, às 17h59
Imagem Alagoas pode ficar sem arroz devido às enchentes no RS; supermercados já limitam vendas

Por TNH1 com Agência Brasil

As enchentes que provocaram o cenário de tragédia no Rio Grande do Sul, matando 107 pessoas e deixando outras 186 desaparecidas desde a semana passada, também vão desencadear problemas no setor de alimentos. Isso porque o estado gaúcho é o maior produtor de arroz do Brasil, com 70% da produção nacional. O receio em caso de desabastecimento do grão no mercado nacional já gerou alerta em outras regiões, como foi constatado em estados como Minas Gerais e Alagoas. 

Em Maceió, alguns supermercados começaram a restringir a venda de pacotes do grão de arroz por pessoa a partir desta quinta-feira, 9. Comunicados que já circulam nas redes sociais mostram que o Unicompra limitou a compra de apenas cinco unidades por CPF. Já o Atacadão só está permitindo a compra de dez fardos por cliente.


(Foto: Reprodução)

Em nota enviada ao TNH1, a Associação dos Supermercados de Alagoas afirmou que ainda é cedo para avaliar o impacto da tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, como também prever alguns impactos potenciais no abastecimento de alimentos em Alagoas. Leia abaixo:

"Neste primeiro momento o setor vem, de forma imediata, se solidarizar com a população do RS e com os comerciantes, especialmente os supermercadistas que também foram fortemente atingidos. Junto com a Associação Brasileira de Supermercados e a Associação Gaúcha de Supermercados, estaremos engajados nas ações que socorram a população e garantam tanto aos supermercados quanto às indústrias atingidas o pleno restabelecimento para assim, continuar a prestar o serviço de abastecer a população.

O governo também vem adotando medidas para que não haja desabastecimento de nenhum item que seja produzido em larga escala pelo RS, como no caso do arroz. A orientação da Associação dos Supermercados de Alagoas é que os consumidores adotem o uso consciente e não façam estoques dos produtos. O setor supermercadista alagoano trabalha incansavelmente para garantir o abastecimento da população e não deveremos registrar a falta de quaisquer produtos".  

À TV Pajuçara, o economista Renan explicou que possivelmente os preços dos alimentos possam sofrer alterações nas prateleiras caso a demanda não continue a ser atendida. 

"É claro que isso a gente precisa ver e tomar cuidado com os abusos, por isso que entram aí também os órgãos fiscalizadores que dão certo equilíbrio. Então, essa questão de racionalizar é um primeiro passo para não criar uma pândega, para não criar uma crise, e aí tem dor de cabeça aquela coisa toda", comentou o economista.

Vai faltar arroz? Veja o que diz a Farsul - A Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), entretanto, pondera que não há motivo para temer a escassez do alimento. "O arroz que já está colhido no Rio Grande do Sul garante o abastecimento do país", disse o presidente Gedeão Pereira em entrevista ao podcast 'De onde vem o que eu como', nesta quinta.

Segundo Gedeão, o Rio Grande do Sul já colheu boa parte da safra que pode abastecer o mercado brasileiro por pelo menos 10 meses. O problema imediato, de acordo com a Farsul, é a distribuição no curto espaço de tempo devido às enchentes. "Evidentemente que podemos ter sim, por falta de logística, um desabastecimento no curtíssimo prazo, mas nada mais do que isso", pontuou, em trecho reproduzido pelo g1.

Vai faltar arroz? Veja o que diz o Governo Federal - Para evitar uma possível escalada no preço do arroz, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai comprar o produto já industrializado e empacotado no mercado internacional. A informação foi dada nessa terça-feira (7) pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. O Governo Federal liberou a compra de 1 milhão de toneladas de arroz.

Na primeira etapa, o leilão de compra da Conab, uma empresa pública federal, será para 200 mil toneladas de arroz, que devem ser importados dos países vizinhos do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, e eventualmente da Bolívia. "Se a gente for rápido na importação, a gente mantém [o preço] estável", garantiu. O restante, até totalizar 1 milhão de toneladas, será importando conforme a avaliação de mercado. Essa cota ainda poderá ser elevada, se for necessário, assegurou o ministro.

Fávaro explicou que a Conab só deverá revender o produto no mercado interno diretamente para pequenos mercados, nas periferias das cidades, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, para não afetar a relação dos produtores de arroz brasileiros com os atacadistas, que são seus principais clientes.

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