Alagoas integra campanha para coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas

Publicado em 21/08/2024, às 12h45
Campanha busca reunir famílias e trazer respostas a quem aguarda por notícias de seus entes queridos | Foto: Ascom POLC
Campanha busca reunir famílias e trazer respostas a quem aguarda por notícias de seus entes queridos | Foto: Ascom POLC

Por Ascom POLC

Em uma ação crucial para enfrentar o problema crescente das pessoas desaparecidas no Brasil, a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas será retomada no próximo dia 26 de agosto de 2024. Esta campanha faz parte da Mobilização Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas, que visa ajudar na localização e identificação de indivíduos desaparecidos em todo o país.

A primeira etapa da mobilização está programada para ocorrer até o dia 30 de agosto de 2024, com postos de coleta estabelecidos em diversas cidades brasileiras. O objetivo principal é reunir amostras de DNA de familiares de pessoas desaparecidas para comparar com os bancos de dados estaduais e federal que formam a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos.

Em Alagoas, o ponto focal da campanha é a Polícia Científica de Alagoas. Os locais de coleta serão o IML da capital localizado na Avenida Luiz Avelino Pereira, no bairro Tabuleiro do Martins, em Maceió e o IML do Agreste que fica na Avenida Governador Lamenha Filho, Bairro Jardim Tropical, em Arapiraca.

Durante toda semana da campanha, peritos criminais e peritos odontologistas estarão realizando uma força tarefa para receber e coletar material genético de familiares de pessoas desaparecidas. Para garantir a participação, os interessados devem comparecer aos postos com documentos de identidade e, o boletim de ocorrência da pessoa desaparecida e se possível fotografias e reportagens da época.

"A coleta de DNA é uma ferramenta poderosa na busca por pessoas desaparecidas e pode ser a chave para alcançar o desfecho de muitos casos ainda não solucionados. Pedimos a todos os familiares que ainda não contribuíram que aproveitem esta oportunidade para ajudar na busca por seus entes queridos." Afirma a perita criminal Barbara Fonseca, chefe do Laboratório de Genética do Instituto de Criminalística de Maceió. 

Os dados sobre pessoas desaparecidas no Brasil atualmente possuem duas principais fontes: Sinesp-VDE e o Relatório Estatístico das Autoridades Centrais. As informações obtidas de formas diferentes e com diferentes objetivos são disponibilizadas no site da campanha https://www.gov.br/mj/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/desaparecidos

Em 2023 foram contabilizados 78.703 e este ano 45.670, totalizando nos últimos dois anos 124.373 pessoas desaparecidas no Brasil, uma média de 215 por dia, uma taxa 38,55 por 100 mil habitantes. Desse total, 80.300 são do sexo masculino, 42.947 do sexo feminino e 1.126 não foi informado o sexo. Por faixa etária 88.147 tinham mais de 18 anos, 32.591 de 0 a 17 anos e 3.635 não tiveram a idade informada.

O mesmo relatório aponta que em Alagoas, foram registrados 626 desaparecimentos em 2023 e de janeiro a julho deste ano, já foram registrados 375 boletins de ocorrências de pessoas desaparecidas. Isso representa uma média de 2 pessoas desaparecidas por dia, totalizando 1.001 pessoas nos últimos dois anos. As informações disponibilizadas no site do MJ ainda mostram que desse total de pessoas desaparecidas em Alagoas, 683 são do sexo masculino, 305 do sexo feminino e 13 não foram informados o sexo. Em relação à faixa etária, 748 são maiores de 18 anos, 238 entre 0 a 17 anos e em 15 registros não foram informados a data de nascimento.

A perita-geral da Polícia Científica, Rosana Coutinho, destacou que além de participar da campanha de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, Alagoas já possui uma política própria para trazer respostas em casos dessa natureza. Ela destacou o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), coordenado pela promotora Marluce Falcão do Ministério Público de Alagoas (MPAL), e que reúne diversos órgãos, entre eles, a própria Polc. 

“Atualmente, quando alguém desaparece no estado, os familiares já são orientados a fornecer material genético nos IMLs, mas, algumas delas ainda apresentam resistência. Além de proporcionar visibilidade ao tema, a campanha tem esse propósito de mobilizar, sensibilizar, informar e alertar a população, sobre a importância da doação do material genético” afirmou Coutinho.

A perita-geral esclareceu ainda que o material genético coletado na campanha será confrontado com perfis genéticos de pessoas sem identificação internadas em hospitais, clínicas, ou abrigos de todo o país, como também, de corpos não identificados ou não reclamados dos IMLs, sempre com o intuito de buscar respostas para quem aguarda por notícias de seus entes queridos desaparecidos.

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