O músico alagoano Hermeto Pascoal, de 88 anos, usou as redes sociais para denunciar que teve a aposentadoria bloqueada pelo INSS.
Hermeto publicou que teve o benefício bloqueado inicialmente por "falta de prova de vida presencial exigida em Curitiba, cidade onde ele não mora há mais de 10 anos". Porém, após essa pendência ser resolvida, outra apareceu.
Pascoal contou que a aposentadoria agora está bloqueada por "não saque". Ele diz que já fez o pedido para que o benefício fosse reiniciado, mas não teve resposta.
O músico alega que o fato da solicitação do benefício depender de aplicativo ou telefone dificulta para o idoso. "Canais que são difíceis de acessar, especialmente para idosos nessa faixa etária".
Após a denúncia do músico, o INSS esclareceu nesta sexta-feira (28) que benefícios são suspensos quando não são sacados até 60 dias após a data do pagamento. De acordo com o órgão, o artista não retirava o valor desde 2021, o que levou ao bloqueio automático.
O INSS explicou ainda que, desde 2023, a prova de vida é feita por cruzamento de dados e que a suspensão ocorreu exclusivamente pelo "não saque".
Veja a íntegra da mensagem de Hermeto Pascoal:
"Hermeto Pascoal, 88 anos, um dos maiores nomes da música brasileira, está com sua aposentadoria por idade bloqueada pelo INSS. O benefício foi suspenso inicialmente por falta de prova de vida presencial exigida em Curitiba, cidade onde ele não mora há mais de 10 anos. Depois de um longo processo, essa pendência foi finalmente resolvida. Agora, o benefício segue bloqueado por um novo motivo: "Suspenso por não saque". Isso ocorre quando o pagamento não é retirado dentro do prazo, e o INSS estorna o valor e interrompe os depósitos. A reativação exige uma nova solicitação, que já foi feita -- mas até agora, nada foi resolvido. Todas as etapas dependem de aplicativo ou telefone, canais que são difíceis de acessar, especialmente para idosos nessa faixa etária.
Casos semelhantes vêm se acumulando. Fernanda Montenegro, por exemplo, teve sua aposentadoria suspensa por ser considerada "morta" no sistema. Martinho da Vila também teve o benefício interrompido. O problema é grave, afeta milhares de pessoas e não pode ser tratado com normalidade. A aposentadoria é um direito. O Estatuto do Idoso garante prioridade e respeito no atendimento público -- mas isso está longe de acontecer na prática.
Esse caso não é um pedido por privilégio. É um alerta sobre como o sistema trata nossos idosos, inclusive aqueles que dedicaram suas vidas à cultura brasileira."
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