Adotado com quase cinco anos de idade em setembro de 2005, Ricardo Marcos Lechable Espagne contou ao TJAL como construiu a relação de filho e mãe com a francesa Camille Hélene Marie Espagne Lechable.
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Após a adoção em Maceió, a família se mudou para a França, voltou para o Brasil, onde residiu por alguns anos no Rio de Janeiro, e atualmente está morando em Barcelona, na Espanha.
Camille Hélene contou que escolher adotar uma criança mais velha tem a vantagem de sentir que ela pode expressar seu desejo de ser adotado ou não.
“Acredito muito que a idade do filho não deve ser uma barreira, porque com certa idade ele já vai saber e participar de tudo que está acontecendo", explica Camille Hélene.
Ela avalia ainda que ele pode decidir se sim ou se não quer ser adotado. "Quando o filho participa do procedimento da adoção, pode ser uma coisa muito boa. O mais importante é o que vai passar nos corações”, completou.
Viveu dois anos nas ruas de Maceió
Ricardo Marcos morou nas ruas de Maceió até os dois anos de idade, quando foi encaminhado para o abrigo onde recebeu cuidados e de onde, alguns anos depois, saiu para morar na França.
“Eu tive problema de comportamento na minha infância porque morei na rua, então foi um pouco difícil, mas depois fiquei com confiança. Nossa relação sempre foi ótima porque minha mãe sempre esteve aqui para me ajudar e me apoiar em tudo”, contou.
Para concretizar a adoção, Camille Hélene precisou se submeter às exigências legais de documentação e passar pelo estágio de convivência. Ao todo, foi um ano na França e outro ano no Brasil para o processo de adoção ser finalizado.
Confiança do filho ainda no Brasil
A princípio, Ricardo aparentava ter medo de ser adotado porque já estava acostumado a conviver com as outras crianças do abrigo, contou Camille Hélene, que foi conquistando aos poucos a confiança do filho durante o período de convivência no Brasil.
“Eu agradeço muito ter tido uma mãe como essa, a gente construiu uma caminhada juntos e hoje a única coisa é agradecer e ser feliz. O passado é passado e a gente tem que deixar sempre para trás. Agora, eu tenho mais confiança em mim”, declarou Ricardo, hoje com 20 anos.
Camille Hélene, como toda mãe orgulhosa, destacou que Ricardo não teve dificuldades para se adaptar à vida na Europa e que aprendeu a falar francês após quatro meses na escola.
“O importante é que ele está muito bem e temos uma grande cumplicidade”, disse.
Projeto Adoções Possíveis
Para incentivar adoções crianças e adolescentes, o TJAL criou o projeto Adoções Possíveis, fruto de parceria entre a Coordenadoria da Infância e Juventude em parceria com a Diretoria de Comunicação (Dicom).