Alagoana que precisou se esconder em bunker relata momentos de tensão em Israel

Publicado em 12/10/2023, às 11h19
Vanuza (de roupa preta) em registro com equipe da FAB | Foto: Cortesia ao TNH1
Vanuza (de roupa preta) em registro com equipe da FAB | Foto: Cortesia ao TNH1

Por Gilson Monteiro

“Sem ninguém esperar, surgiu um segurança ao nosso lado, armado, falando  para todos irem para o canto e deitar no chão. Logo em seguida, mudou o comando, mandou que corrêssemos em direção a uma escada de emergência que dava acesso ao bunker do aeroporto. Todos os que já estavam nesse andar, deixaram as malas e correram para poder chegar ao abrigo. Para mim, esse foi o pior momento”.

A narrativa -  momentos que ela não esperava passar em uma viagem de turismo - é da alagoana Vanuza Nicacio do Nascimento, servidora pública, que ainda está no Rio de Janeiro, de onde enviou mensagem à reportagem do TNH1 pouco antes das 4 horas da manhã desta quinta-feira (12), quando havia acabado de desembarcar, depois de uma via crúcis junto com mais 7 maceioenses e outras pessoas de estados vizinhos. Uma viagem de turismo religioso à Israel, que deveria durar até o próximo sábado, 14, mas que acabou interrompida pelo conflito iniciado no último dia 7, quando a chamada “Terra Santa” foi atacada pelo grupo militante islâmico Hamas.

Ela e os demais alagoanos conseguiram sair da área do conflito na segunda aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) de Israel para o Rio de Janeiro. A vinda para Maceió será em um avião da companhia aérea Azul, em parceria com o governo brasileiro. A previsão de chegada é às 18 horas de hoje. Abaixo um registro dos oito alagoanos momentos antes de embarcar com destino a Maceió.

Vanuza relatou a angústia de cada um desses dias em terras israelenses, quando o grupo viveu momentos que, até então, só haviam visto nos noticiários de guerra. “O alerta do hotel tocou, no período que estivemos lá, por duas vezes. A primeira vez foi na segunda-feira, no final da tarde. Já a outra vez, foi no inicio da noite da terça-feira (horário do jantar).Em Jerusalém, a informação que foi passada foi de que, quando o alarme toca, temos um tempo de 1 min e 30s para entrar em um abrigo”, conta.

O vídeo abaixo, repassado por Vanuza à reportagem, mostra a imagem do  percurso pela escada do aeroporto de Tel Aviv, até chegar ao bunker. “Não tenho imagens das pessoas no chão. Acredito que ninguém fez”, conta a alagoana. Nas imagens, é possível perceber a apreensão das pessoas enquanto caminham em direção ao bunker, espécie de abrigo fortificado para fugir de bombardeios em áreas de guerra. 

O grupo de turistas ainda chegou a conhecer o bunker do Hotel Hamada, em Jerusalém, onde estavam hospedados. “Durante nossa permanência em Israel, mesmo dentro do hotel, ficávamos sempre com as mochilas, com o básico para emergência”, conta Vanuza. Veja: 

 “Passamos a fronteira do Egito para Israel na domingo, dia 08. Chegamos em Jerusalém no final da tarde, e fomos para o hotel. Recebemos a informação de que todos os passeios seriam cancelados, principalmente os que ocorreriam em lugares abertos Na sexta-feira, conseguimos sair, visitamos o muro [das Lamentações]. Havia a recomendação para que ninguém saísse, pois existia um alerta de disparos de mísseis em direção à Jerusalém”, conta Vanuza, que torce por uma saída pacífica do conflito.

Grupo de brasileiros em visita ao Muro das Lamentações: turismo interrompido por conflito  (Foto: Cortesia ao TNH1)

“Graças a Deus, fomos guardados, chegamos em paz. Pedimos a Deus que cuide dos que ficaram por lá. Intercedemos, também, pelo fim dessa guerra , sabemos que nessa situação todos são perdedores”.

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