Foi realizada nesta quarta-feira, 17, a primeira audiência de instrução dos acusados de matar Abinael Ramos, em junho do ano passado, após uma emboscada, na cidade de Rio Largo, região metropolitana de Maceió. A audiência foi realizada por videoconferência e ocorreu no Fórum da Comarca de Rio Largo.
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Familiares e amigos da vítima compareceram ao Fórum com cartazes clamando Justiça e cobraram o julgamento dos acusados.
“Viemos hoje com o intuito de ouvi-los [acusados] esperando que eles continuem como réus-confesso e também para saber mais detalhes sobre o caso. Estamos torcendo para que depois disso seja logo marcado o julgamento, porque essa espera por justiça é muito angustiante”, desabafou a noiva da vítima, Kelly Oliveira.
De acordo com o promotor do caso, Wesley Fernando Oliveira, após o interrogatório dos réus, caso não haja diligências das partes, o processo irá seguir para a próxima fase que será a apresentação das alegações finais e, em seguida, a marcação do julgamento.
“O prazo para julgamento depende da existência ou não de recursos. Caso não haja, dentro de quatro meses já haverá previsão de realização do júri”, explicou o promotor.
Os advogados de três dos acusados estavam presentes no Fórum. A audiência por videoconferência é uma medida contestada pela defesa, a qual alega que o depoimento transmitido pela internet não permite uma observação e análise psicológica da postura dos acusados.
A videoconferência é usada em Alagoas para evitar adiamento ou cancelamento de audiências quando o Estado não consegue transportar os presos até o Fórum.
Rodrigo Ferro, advogado de defesa de Ericksen Dowell, acusado de ser o mandante intelectual do crime, disse que o cliente vai mostrar a versão dos fatos e não apenas o lado da vítima. “Ele é réu confesso e, desde o princípio, se mostra com interesse em auxiliar o andamento processual”.
Já o advogado João Neto, defensor do acusado Jalves Ferreira, que teria contratado para executar o crime os outros dois envolvidos, Deivison Bulhões e Jonathan Barbosa, desmente a versão apurada na investigação e diz que seu cliente apenas comprou o celular da vítima e cedeu o carro utilizado no crime, sem saber para o que iria servir.
“Ele não sabia que o pedido do carro era para o crime e nem que o celular era fruto de um roubo”.
Para o advogado de defesa de Deivison Bulhões, também acusado de ter participado na execução da vítima, a fase processual é muito principiante para se construir a defesa. “Por isso, no momento, meu cliente vai usar mediante minha orientação o direito de permanecer em silêncio”, afirmou Lucas Bonfim.
O defensor de Jonathan Barbosa, o quarto acusado envolvido no crime, não foi localizado.
No processo, três dos réus respondem por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e um deles também por ter furtado o celular da vítima.
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