Acusado de matar Bárbara Regina volta a negar crime: 'Não tenho nada a ver'

Publicado em 28/05/2019, às 14h11
Erik Maia/TNH1
Erik Maia/TNH1

Por Ascom TJ-AL

A 8ª Vara Criminal de Maceió conduz, nesta terça-feira (28), o júri do acusado de matar a estudante Bárbara Regina Gomes da Silva. A previsão é que o julgamento de Otávio Cardoso da Silva Neto se estenda até a noite.

O caso aconteceu na madrugada do dia 1º de setembro de 2012, quando Bárbara foi vista deixando a boate Le Hotel, na capital, acompanhada de Otávio, conforme imagens de câmeras de segurança.

“Esse julgamento é daqueles que chamam mais atenção da sociedade e da imprensa, mas está dentro dos parâmetros normais e esperamos que ocorra dentro das normalidades possíveis”, afirmou o juiz John Silas da Silva, que preside o júri.

Pela manhã, foram ouvidas três testemunhas, além da mãe da vítima e o réu. Otávio Cardoso afirmou que não conhecia Bárbara, e que apenas deu carona a ela, a pedido da própria, e a deixou na avenida Álvaro Otacílio, próximo ao Banco do Brasil. Depois, teria passado em um posto de gasolina no Farol para comprar cigarros e tomar um café.

Questionado pela promotoria sobre por que não indicou uma testemunha para confirmar tal versão, disse que não lhe passou pela cabeça e que “não tinha como mandar chamar” os funcionários do posto, pelo fato de estar preso.

Sobre o uso do telefone da vítima, o acusado disse que fez apenas uma ligação com o aparelho, quando o encontrou em seu carro, no dia seguinte. “Nunca cometi crime nenhum contra essa moça. O que eu tenho a dizer ao senhor (juiz) e para a família é que eu não tenho nada a ver”, disse o réu.

A mãe da vítima, Valéria Leite da Silva, contou que sua filha avisou, por telefone, que estava saindo da boate acompanhada de um rapaz, e que chegaria em casa em poucos minutos. Afirmou que Bárbara “era uma pessoa totalmente responsável” e não levava uma vida desregrada.

O dono de um lava-jato no bairro do Pinheiro, José Cícero dos Santos, que lavou o carro de Otávio na segunda-feira posterior ao fato (madrugada de sexta para sábado) foi uma das testemunhas ouvidas. Ele disse que o veículo apresentava sujeiras comuns, como areia levada ao carro por calçados. Mas não havia barro ou vestígios de cana, segundo Cícero.

O representante do Ministério Público de Alagoas, promotor Antônio Vilas Boas, explicou que a acusação mantém a mesma tese desde início do processo. “É fato que ele confessou, ou melhor, confidenciou ao amigo dele, que teria sido ele o autor deste crime, ainda que esta testemunha em juízo tenha negado. Não temos nenhuma testemunha de viso, mas existem outros meios de provas”.

No início da tarde, pouco antes das 13h, foi iniciada a sustentação do Ministério Público, dando início aos debates com a defesa.

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