Acusado de envolvimento na morte da servidora é absolvido

Publicado em 21/10/2016, às 18h58

Por Redação

O 1º Tribunal do Júri de Maceió absolveu, nesta sexta-feira, 21, o soldado do Exército Renato Antônio da Paixão Cavalcante, que era acusado de envolvimento na morte da servidora pública Quitéria Maria Lins Pinheiro, ocorrida em agosto de 2012, em Maceió.

A sessão teve início às 8h no Fórum da Capital e foi presidida pela juíza Lorena Carla Sotto-Mayor, titular da 7ª Vara Criminal. Sete jurados participaram do julgamento.

Outros dois acusados, Klinger Lins Pinheiro Dias, sobrinho da vítima e tido como o mandante do crime, e Mustafá Rodrigues, executor do assassinato, já foram julgados e condenados, em 2014.

O julgamento

Durante o julgamento, o réu disse que Klinger o chamou para sair, junto com outros colegas, mas que antes passaram na residência de Quitéria. “Eu fiquei no carro e eles entraram, porque o Klinger disse que ia pegar algumas roupas na casa da tia e depois a gente ia sair. Não tenho nenhuma participação nesse crime, eu não sabia que isso estava planejado”, afirmou.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Alagoas (MP/AL), o homicídio foi motivado pela cobrança de uma dívida que Klinger e a mãe dele, Luciana Lins Pinheiro, tinham com a vítima.

Para o promotor de Justiça Anderson Cláudio de Almeida Barbosa, o réu sabia desde o início do crime. “O MP/AL espera e tem a certeza de que o réu será condenado da mesma forma que outros assim já foram. A sociedade não pode mais ser complacente com homicidas, com aqueles que não respeitam a vida, aqueles que não dão nenhum valor à vida de um ser humano”, disse.

Já a defesa do acusado sustentou a tese de negativa de autoria. “Ele [Renato Paixão] inicialmente foi colocado como testemunha ocular do fato, e doravante, quando da identificação dos demais envolvidos que teriam efetiva participação, é que ele foi colocado na situação como sendo coautor do fato. Que hoje a sociedade possa enfim decidir pela ausência total de culpa desse cidadão, que inclusive ficou três anos e oito meses preso cautelarmente, antes de ser julgado”, disse o defensor público Ryldson Martins Ferreira.

Uma das testemunhas ouvidas no julgamento, Sandra Maria Lins Pinheiro, irmã da vítima, contou que Quitéria ajudava financeiramente toda a família, inclusive a irmã Luciana Pinheiro, que responde processo por, supostamente, também ser mandante do assassinato. "Foi um crime bárbaro. A única coisa que eu sei desse rapaz [Renato Paixão] é que ele estava junto com o Klinger quando isso aconteceu".

Klinger Pinheiro e Mustafá Rodrigues foram condenados a 20 anos e dez meses de prisão e 21 anos de reclusão em regime fechado, respectivamente.

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