Abelardo Pedro Nobre Junior, ex-marido de Arlene Régis dos Santos, acusada de duplo homicídio triplamente qualificado pela morte dos dois filhos, contou que encontrou no local do crime uma carta endereçada a ele. “Nela constava que seria tirado de mim o que eu mais amava: meus filhos”, revelou o pai das crianças, nesta segunda (19), em depoimento durante o júri na 8ª Vara Criminal de Maceió, no Fórum do Barro Duro, em Maceió, presidido pelo juiz John Silas da Silva.
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Ele voltou à residência quando soube do que havia acontecido, foi quando encontrou a carta e um frasco de Rivotril líquido.
Na época em que aconteceu o crime, eles já estavam separados. Mas quando Arlene soube que o ex-marido estava com uma namorada teria passado a persegui-lo.
“Comecei a ficar com medo, porque ela disse que iria fazer alguma coisa comigo. Antes do crime, fui prestar queixa em uma delegacia por causa dessas ameaças. Não passava pela minha cabeça de ela fazer algo com meus filhos, poderia suspeitar algo contra minha mãe e minha namorada na época, mas não com as crianças”, relatou Abelardo que nunca chegou a pedir a guarda das crianças porque Arlene "se mostrava uma boa mãe".
Um vizinho da ré, Atonis da Costa Azevedo, conta que nunca havia presenciado brigas e discussões entre os dois, mas ouvia problemas sobre a separação. Foi para ele que o filho que sobreviveu, Arlanicson Pedro Santos Nobre, pediu socorro e conta não ter presenciado nada relacionado a rituais macabros, que foram citados na época do crime.
“As crianças eram adoráveis. Quando fui para a casa depois do crime, não observei nada que relativo a alguma seita ou qualquer ritual macabro. Eu vi as crianças mortas e a mãe dizendo que tinha matado os filhos", contou Atonis durante depoimento.
A defesa de Arlene alega que ela possui transtornos de personalidade, subtipo Boderline, com sintomas de instabilidade de afeto, emoções, humor instável, acessos de cólera e perturbação da autoimagem.
A ré, que encontra-se internada provisoriamente no manicômio judiciário, não soube responder ao juiz o nome de seu defensor ou soletrar seu próprio nome ao chegar ao júri.
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