Acusada de doping nos Jogos de Inverno, russa de 15 anos lidera patinação e chora

Publicado em 15/02/2022, às 14h22
Foto: Reprodução / Twitter
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Por Folhapress

A patinadora russa Kamila Valieva, 15, foi a principal atração das Olimpíadas de Inverno em Pequim nesta terça-feira (15). Envolvida em escândalo de doping e liberada para competir após decisão do CAS (Corte Arbitral do Esporte), ela terminou na liderança o primeiro dia de competições individuais da patinação artítsica.

Após terminar sua apresentação, ela saiu da pista chorando. Valieva quase caiu no primeiro movimento triplo, mas não teve problemas no restante da performance. Ela obteve 82,16 pontos, mais de oito abaixo do seu recorde mundial. Mas foi o suficiente para ficar à frente das principais competidoras, entre elas suas compatriotas Anna Shcherbakova e Alexandra Trusova.

As três russas são treinadas pelo técnico Eteri Tutberidze, que será investigado por causa do doping de Valieva. Ela testou positivo em 25 de dezembro, após competição em Moscou. Foi encontrado o medicamento trimetazidina, indicado para problemas cardiovasculares, no exame da atleta.

A defesa apresentada para Valieva foi de doping acidental. A agência russa a suspendeu assim que o resultado, feito por um laboratório sueco, foi divulgado, mas voltou atrás no dia seguinte. Desde então, ela tem sido defendida por integrantes do governo do país. "Esses dias têm sido muito difíceis para mim. Estou feliz, mas cansada emocionalmente. Esse processo me ensinou que a vida adulta pode ser injusta, de certa forma", disse ela.

O caso da patinadora, recordista mundial e uma das favoritas ao ouro em Pequim, abriu uma crise nos Jogos. O COI (Comitê Olímpico Internacional) comunicou que, se ela ganhar medalha, a cerimônia do pódio será suspensa. Ela ajudou a Rússia (que compete sem sua bandeira e hino por causa de punição aplicada por causa de escândalo de doping) a vencer o ouro por equipes e também não houve entrega das premiações.

Em decisão divulgada pelo CAS, ficou definido que Valieva pode competir até que o caso seja julgado em definitivo. Pesou para isso a sua idade. Pelas regras da WADA (agência antidoping internacional), ela não pode, por ser uma adolescente, acabar responsabilizada e a investigação será centrada em seu treinador, médicos e estafe. A final está marcada para a próxima quinta-feira (17).

Brasil - A dupla brasileira Edson Bindilatti e Edson Martins terminou em 29º entre 30 competidores de bobslead em Pequim. Ficaram à frente apenas da equipe da Jamaica. O pódio foi dominado pela Alemanha. Francesco Friedrick e Thosten Margis conquistaram o ouro. Duplas do país também ficaram com a prata e o bronze.

Caminho errado - O norueguês Jarl Magnus Riiber liderava com folga a prova de esqui cross country no combinado nórdico (modalidade que reúne saltos e esqui). Tinha 50 segundos de vantagem quando percebeu ter errado o percurso. Teve de voltar, acabou ultrapassado e o esforço desnecessário fez com que cruzasse a linha de chegada em 8º lugar.

Livre da Covid - O COB (Comitê Olímpico do Brasil) divulgou que Michel Macedo está liberado pela organização dos Jogos para competir no esqui alpino. O brasileiro havia sido diagnosticado com Covid-19 ao desembarcar em Pequim e teve de entrar em quarentena. Ele foi liberado por ter apresentado dois testes negativos no espaço de 24 horas. Ele vai competir nesta quarta-feira (16), às 23h15 (de Brasília).

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