"Achei que estava sonhando": veja relato de alagoano que presenciou terremoto de 5,4 em Lisboa

Publicado em 26/08/2024, às 17h56
Foto: Arquivo Pessoal/Cortesia
Foto: Arquivo Pessoal/Cortesia

Por Theo Chaves

A cidade de Lisboa, capital de Portugal, foi "despertada" por um forte terremoto, na manhã desta segunda-feira (26). O tremor, de 5,4 graus na escala Richter, foi fortemente sentido nos arredores da capital portuguesa e na cidade do Porto. 

As duas cidades contam com as maiores colônias de imigrantes brasileiros em território português. Entre eles, está o alagoano André Muricy, que vive há quatro anos na cidade de Lisboa. André é jornalista e nasceu em Delmiro Gouveia, no Sertão alagoano. Atualmente, ele trabalha como social media na capital portuguesa.

Ao TNH1, o alagoano contou que o tremor foi registrado na madrugada desta segunda-feira, por volta das 5h de Portugal, e pegou a maioria da população de surpresa (veja imagens mais abaixo). O jornalista, de 50 anos, mora em uma localidade que fica a aproximadamente dois quilômetros da região central de Lisboa e do Rio Tejo, que está localizado bem próximo da região costeira da cidade.  

"Eu estava dormindo no momento do tremor. Alguns minutos antes, eu havia acordado para enviar uma mensagem, em uma rede social, para uma amiga, que está fazendo aniversário no dia de hoje. Eu acordei, mandei essa mensagem e voltei para o quarto. Logo após pegar no sono, senti a minha cama tremer muito. Parecia uma banheira com água, pois chacoalhava sem parar", descreveu.

André também conta que, no momento do tremor, ficou sem reação e que não conseguiu assimilar, de imediato, o que havia acabado de acontecer.

"Foi um tremor muito forte, que durou cerca de 20 segundos. A princípio, eu achei que aquilo era um sonho. Demorei a assimilar o que estava acontecendo. Na cozinha, alguns itens também chacoalharam e caíram. Para mim, era tudo novo, pois nunca passei por isso e só via relatos de terremotos na televisão. Talvez isso explica a minha reação naquele momento. Só fui ter uma dimensão do que tinha acabado de acontecer ao falar com amigos pelas redes sociais", conta.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que o forte tremor foi registrado na capital portuguesa. Veja:

Construções antigas e medo de tsunami 

Além do susto de presenciar um dos tremores mais fortes em décadas no país, André conta que as horas posteriores ao abalo sísmico provocaram um sentimento de medo na população local. 

Segundo o relato, algumas pessoas que moram na região costeira de Lisboa optaram por deixar suas casas, com medo de novos abalos ou até mesmo ondas gigantes (tsunami), já que o epicentro do tremor aconteceu no mar, a 52 quilômetros da costa de Setúbal. 

"Eu moro em um prédio de quatro andares, em uma espécie de sótão, que fica no último andar. A maioria dos prédios aqui tem quatro andares, pois se fossem maiores precisariam de elevadores. O meu prédio tem mais de 100 anos, e é considerado uma construção nova. Existem prédios ou estruturas na cidade que têm mais de 500 anos e são da época da colonização. Algumas amigas ficaram desesperadas, com medo de um novo tremor e quiseram ir para a parte alta da cidade. Muitos deixaram suas casas, principalmente quem mora perto d'água, com medo de tsunami. Porém, não houve danos estruturais aqui em Lisboa. Em Sesimbra, que é distrito de Setúbal, um prédio teve danos estruturais", conta o jornalista. 

André também revelou que a maioria dos prédios em Lisboa não possui projeto de combate a incêndio ou itens de segurança para casos de emergência.

"Quase todos os prédios da cidade não possuem sistema de combate a incêndio ou itens de segurança para esse tipo de caso. No meu prédio, por exemplo, o acesso aos apartamentos é feito por escada. É um prédio de alvenaria, com paredes grossas", descreveu o alagoano. 

André vive em Portugal há quatro anos e mora a aproximadamente 2 quilômetros do Rio Tejo. Foto: Cortesia ao TNH1

Família ficou apreensiva

A diferença entre o fuso horário de Portugal e do Brasil é de quatro horas. No momento em que o tremor foi registrado na capital portuguesa, o relógio marcava pouco mais de 1 hora da manhã em Maceió, cidade onde vivem os familiares de André Muricy.

O jornalista, que já trabalhou em alguns veículos de comunicação em Alagoas, conta que os familiares ficaram aflitos e ligaram assim que ficaram sabendo do tremor.

"A minha família mora em Maceió. Tem uma diferença de fuso de quatro horas. Assim que eles ficaram sabendo do ocorrido, me ligaram aflitos. Rapidamente, eu tranquilizei a minha mãe e disse que estava bem, que estava seguro", finalizou.

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