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A verdade sobre o Bolsa Família, segundo o IPEA

Em 30 de Dezembro de 2024 às 12:00

Economista Daniel Lima Costa:

"Não é raro escutarmos debates acalorados, especialmente entre pessoas das classes média e alta, sobre a dificuldade de encontrar trabalhadores para serviços domésticos. Em muitos desses debates, a unanimidade é que a culpa é do Bolsa Família.

No entanto, uma pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revela uma realidade diferente. O programa de transferência de renda não tem reduzido a proporção de pessoas trabalhando no Brasil – seja no mercado formal ou informal. Pelo contrário, tem provocado uma elevação no preço mínimo do trabalho dos mais pobres.

Em 2023, a proporção de pessoas ocupadas em domicílios com algum beneficiário do Bolsa Família subiu após o aumento no valor do benefício. De acordo com a pesquisa, os programas de transferência de renda têm como impacto primordial a redução da miséria e da pobreza no país. No que diz respeito ao mercado de trabalho, o aumento da renda em circulação na economia gera mais postos de trabalho devido à maior demanda por bens e serviços.

A verdade é que, com o Bolsa Família, os mais pobres deixam de aceitar condições de trabalho extremamente precárias e passam a exigir melhores condições e remunerações. Isso ajuda a reduzir tanto a pobreza quanto a desigualdade.

O ano de 2024 foi marcado por um aquecimento ainda maior do mercado de trabalho. Esse fenômeno pode ser explicado por uma melhora na oferta de empregos e nos rendimentos familiares, permitindo que jovens, que antes precisavam deixar os estudos para trabalhar e ajudar na renda familiar, possam continuar seus estudos.

O mercado de trabalho aquecido tem colecionado diferentes recordes positivos, com aumentos sucessivos na população ocupada e na massa salarial em circulação na economia. A taxa de desemprego caiu para 6,2% em outubro de 2024, o menor resultado da Pnad desde 2012.

Diante da realidade apresentada pela pesquisa do IPEA, fica evidente que o Bolsa Família não deve ser visto como um vilão, mas sim como uma ferramenta poderosa de transformação social e econômica.

 Aqueles que se sentem incomodados com o programa precisam reavaliar suas percepções, pois o Bolsa Família traz inúmeros benefícios ao Brasil. O Bolsa Família não só ajuda a reduzir a pobreza e a desigualdade, mas também dinamiza a economia ao aumentar a circulação de renda e gerar empregos.

Em vez de criticar o programa, devemos reconhecê-lo como uma importante conquista social que melhora a vida de milhões de brasileiros.”

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